O fundo de investimento Bain Capital passou a ter uma posição na Marktest, através dos 60% que passou a deter na Kantar Holding SA, empresa que concentra os ativos do grupo WPP na área de estudos de mercado e de medição de audiências, e que detém 40% da empresa de estudos de mercado. A maioria do capital da Marktest mantém-se nas mãos dos acionistas portugueses, sabe o Dinheiro Vivo.
A Gestmedia, dos acionistas portugueses Jorge Fonseca Ferreira, José Manuel Oliveira e Luís Queiró, mantém 60% da Marktest, assegurando o controlo da companhia que realiza estudos de audiências na área de imprensa, rádio e digital, bem como de consumo ou redes sociais, entre outros.
A mudança na estrutura acionista da empresa nacional resulta da venda pelo grupo WPP de uma participação maioritária da Kantar à Bain Capital, passando o fundo a deter 60% da empresa, avaliando a companhia em 4 mil milhões de dólares. A operação foi conhecida em julho, mas em Portugal só teve reflexos em outubro, sabe o Dinheiro Vivo. Ocorre num momento em que decorre a consulta para o novo sistema de audiências de televisão. Lançado em julho, a Marktest e a Kantar Media foram duas das empresas a quem foram entregues o caderno de encargos.
O grupo WPP, um dos maiores grupos de comunicação do mundo, tem vindo a operar uma reorganização da sua estrutura, com a venda de ativos e concentração de agências de publicidade, com reflexos no mercado nacional. Daí resultou, por exemplo, a fusão entre VML e Young&Rubicam, bem como a da J. Walter Thompson com a Wunderman, dando origem à Wunderman Thompson, agências de publicidade que operam em Portugal.
A Bain Capital tornou-se conhecida em Portugal em novembro de 2014 por ter apresentado uma proposta, em conjunto com o fundo de investimento Apax Partners, para a compra da PT Portugal, operadora pela qual ofereceu 7,075 mil milhões de euros.
Em 2017 o fundo de investimento comprou à Caixa Geral de Depósitos uma carteira de crédito mal parado de 476 milhões de euros, através da Bain Capital Credit. Em janeiro deste ano, reforçou com a compra de 850 milhões de crédito malparado ao banco do Estado.