Milionário brasileiro Eike Batista arranca com reestruturação do grupo para pagar dívidas

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Eike Batista renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração da MPX, empresa de energia do grupo EBX fundado pelo multimilionário brasileiro.

A decisão ontem comunicada ao mercado é vista como um primeiro passo para a restruturação do grupo EBX de Batista profundamente endividado. O plano passa pela venda, encerramento ou reorganização de participações de algumas das suas empresas, noticiou o Financial Times (FT).

O controlo da MPX passou para a alemã Eon. "A Eon aprecia o grande contributo de Eike no desenvolvimento da MPX para ser uma das companhias de energia líderes no Brasil desde que a fundou em 2011", disse Jørgen Kildahl, membro do conselho de administração da Eon e que assume o cargo de presidente interino da MPX.

O acordo com a Eon prevê ainda o aumento para 36% da participação da empresa alemã na MPX, enquanto Eike Batista vê reduzida a sua participação de 29%, para cerca de 19%.

Com as receitas decorrentes da sua participação na MPX e com a venda da sua empresa de mineração, a MMX, Eike Batista deverá pagar as dívidas junto dos credores da holding do grupo, entre os quais os bancos Itaú e Bradesco.

O plano de reestruturação prevê ainda o fecho da OSX (empresa de construção naval) e a venda de plataformas de petróleo não usadas. Os investidores serão ainda chamados a completar o porto Aço, no estado do Rio de Janeiro, projeto sob a alçada da sua empresa de logística LLX.

A reorganização vai passar ainda pelo OGX (empresa petrolífera). No início da semana, a forte queda das ações da OGX afectou negativamente o desempenho da bolsa brasileira, com os investidores a reagir mal ao anúncio de que a empresa iria interromper no próximo ano a produção nos campos de Tubarão Azul, na Bacia de Campos (Rio de Janeiro), por inviabilidade económica, noticia a BBC Brasil. O OGX terá ainda reduizir a dívida de 4 mil milhões de dólares.

A reestruturação do grupo de Eike Batista vai deixá-los com ativos que oscilam entre 1 e 2 mil milhões de dólares, segundo fonte próxima do processo ouvida pelo FT. O ano passado a Forbes estimava a fortuna de Batista em cerca de 30 mil milhões de dólares.

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