Ministro das Finanças grego nega encorajar greves

Adesão à greve geral na Grécia desta quinta-feira foi inferior à esperada mas sindicatos querem avançar com nova paralisação até ao Natal.
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O apoio manifestado pelo SYRIZA à greve geral de meados de novembro e à desta quinta-feira, paralisações convocadas contra medidas que o próprio governo do SYRIZA procura implementar, levou a imprensa grega a levantar a hipótese de que poderia haver um interesse oculto nestes apoios: cada dia que o país para gera menos défice orçamental.

O peso que tais notícias foram ganhando ao longo do dia levaram Euclid Tsakalotos, ministro das Finanças grego, a conceder uma entrevista rápida ao The Guardian para negar peremptoriamente tais ideias.

"Não me parece que tal tenha passado pela cabeça de ninguém do governo e de certeza que não passou pela cabeça do ministro das Finanças", assegurou Tsakalotos. Por outro lado, e quase que justificando o apoio do SYRIZA às manifestações contra o governo, o responsável lembrou que "como esquerdista" não consegue deixar de simpatizar com protestos de rua.

"Não deixo de simpatizar com quaisquer movimentos sociais porque sou uma pessoa de esquerda e penso que a independência é absolutamente crítica na vida económica e social", salientou ao diário britânico. "Não creio que um governo de esquerda possa funcionar sem movimentos sociais que o pressionem e funcionem como contra-peso face às restantes forças políticas."

Esta quinta-feira a Grécia viveu a segunda greve geral do país em menos de um mês, tendo esta paralisação reunido menos manifestantes que o esperado: os sindicatos estimavam uma marcha com cerca de 100 mil pessoas mas os próprios admitiram que não chegaram a mais de 40 mil.

"Foi menos que esperávamos", disse o líder do ADEDY, sindicato da função pública,justificando a queda na adesão com o prazo - "foi organizada em muito pouco tempo" - e com o cansaço dos gregos face a  tantos protestos acumulados. Mas esse cansaço não demove os sindicatos: "O governo deve perceber que estas políticas não podem continuar. Vamos voltar à rua."

Os sindicatos gregos esperam convocar uma nova greve geral no país até ao Natal.

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