Mobilidade, flexibilidade e conetividade: O que define os millennials?

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Estima-se que até 2025, 75% da força de trabalho no mundo seja composta por millennials, também conhecida por geração Y. Este é um dado que reforça a necessidade das empresas, em atraírem, reterem e maximizarem o desempenho destes jovens. Mas, para que isso aconteça é importante conhecer quem é esta nova geração que vai liderar a força de trabalho nos próximos anos e que está a ser fortemente impactada pelas constantes mudanças politicas, sociais, tecnológicas e económicas.

O que sabemos até agora é que o ADN dos millennials é constituído por todas as gerações que os antecederam. Estes jovens nascidos entre 1980 e 1996, possuem características muito particulares que, os diferenciam muito das gerações anteriores. São por exemplo tendencialmente mais exigentes, criativos e irreverentes. Tem que estar sempre conectados, mais moderados nos gastos e menos consumistas.

Com elevadas competências tecnológicas, que lhe conferem o título de primeiros nativos digitais da História, os millennials são a geração com mais formação académica de sempre mas também a mais propensa a mudar de emprego. Defensores da diversidade, valorizam a flexibilidade e mais do que a geração anterior, querem ter oportunidades dentro das empresas. Gostam de ambientes criativos e dinâmicos e sem rotinas, apreciam o retorno e gostam de ser valorizados pelos seus resultados e, habitualmente procuram empregadores que valorizam as suas ideias e o seu trabalho.

A propósito do tema, um dos últimos estudos desenvolvidos pela EY refere que até 2025, 75% da força de trabalho global será constituída por millennials. Estes números são indicadores claros para as empresas e transmitem a necessidade destas em desenvolverem estratégias para atrair e reter estes jovens. Para além disso e mais do que nunca, é importante perceber o que motiva esta geração, como o trabalho à distância e sem horários rígidos. Esta flexibilidade e todas as particularidades dos jovens traduzem-se em desafios constantes para a sociedade e para as empresas.

Estes desafios exigem que as empresas tenham, cada vez mais, uma postura ativa e impactante junto dos jovens, nomeadamente na transmissão eficaz das vantagens e da importância de uma oportunidade de carreira. Estes, em virtude dos seus objetivos de vida podem não estar despertos para a questões como a formação, a experiência profissional, a progressão de carreira ou mesmo a importância das soft skills. As empresas exercem um papel preponderante nesta matéria.

Apesar de ser uma geração que busca incessantemente novos desafios e que trabalha afincadamente na resolução dos mesmos, são pouco resistentes à frustração, pouco resilientes. O imediato, o instantâneo, o ou “agora ou esquece” é muito frequentemente o seu modus operandi. Quando não estão em sintonia ou concordância com o trabalho desenvolvido procuram outra opção, no país ou fora dele. As fronteiras não existem para estes jovens. O maior desafio recai sobre as empresas que investem nestes profissionais e que têm agora de os acompanhar, correndo o risco de perder o seu talento se não o fizerem.

Esta geração, nascida na era da conectividade e da tecnologia, que quer marcar a diferença, que vive para as experiências, está a impactar o ambiente profissional, que tem de adaptar a sua estratégia e que para além de oferecer uma carreira tem também de oferecer horários flexíveis e que lhes permitam um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, mais mobilidade, e conectividade sem limites. Em troca, estes jovens vão oferecer conhecimento, flexibilidade e mobilidade. Encontrar o equilíbrio entre o que as empresas oferecem e o que os millennials almejam está já a ser um desafio. No entanto, considero que este ainda não é o maior desafio intergeracional, esse desafio será quando os millennials partilharem o mesmo espaço profissional com a próxima geração que está aí, a geração Z.

Margarida Dias, Diretora Talent Team da EY Portugal

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