Portugal quer ser uma "grande referência internacional" no desenvolvimento de soluções sustentáveis e é isso mesmo que vai dar a conhecer em Estocolmo, na Suécia, no próximo dia 28 de abril. A iniciativa, que conta com o apoio do programa Compete 2020, junta mais de 30 empresas dos setores do têxtil e vestuário, calçado e ourivesaria, numa mostra das mais recentes inovações do cluster da moda.
Designada por Showcase Portugal, esta é uma ação promovida pela Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) e pela AICEP Portugal Global, em parceria com a ANIVEC - Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção, AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e o CENIT - Centro de Inteligência Têxtil. Além de apresentar "as mais recentes inovações do setor nos domínios da sustentabilidade e da economia circular", o evento contará ainda com uma mesa-redonda em que Ana Tavares, do Citeve, Fátima Santos, da AORP e Maria José Ferreira, do Centro Tecnológico do Calçado, darão a conhecer os projetos em curso e que envolvem investimentos conjuntos de mais de 200 milhões de euros, nos próximos três anos, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A moderação ficará a cargo de Helena Waker, da Nordic Fashion Association.
Para o responsável da AICEP em Estocolmo, a moda portuguesa destaca-se pela produção sustentável, local e baseada no talento. "A sustentabilidade faz parte do quotidiano sueco, em todas as áreas, em todos os momentos. Hoje em dia, na Suécia, já se assume a sustentabilidade como um fator natural integrado em qualquer atividade. Pelo que, sendo Portugal um grande produtor para o mercado sueco de um modo sustentável, as portas suecas ainda se abrem mais", refere, citado em comunicado, Carlos Moura, sublinhando que, em alguns setores como a moda, a fileira casa, os produtos alimentares e vinho, Portugal se apresenta como "parceiro natural para as empresas e consumidores suecos".
Já o presidente da ATP, destaca que Portugal tem o "maior cluster têxtil" da Europa. São mais de 10 mil empresas, responsáveis por 150 mil postos de trabalho, e que estão sediadas a Norte, num raio de 50 quilómetros do Porto, assegurando mais de sete mil milhões de euros de exportações ao ano. Mário Jorge Machado frisa que "sustentabilidade é também eficiência na utilização de recursos, otimização de processos, redução de desperdícios, aposta nas energias renováveis e limpas, mas também responsabilidade e ética social, práticas fortemente implantadas nas empresas portuguesas do setor têxtil e vestuário". César Araújo, presidente da ANIVEC, sublinha a capacidade instalada, em todas as vertentes da cadeia de abastecimento. "Somos o exemplo real de fornecimento por proximidade, desde a fiação à distribuição da peça pronta".
Luís Onofre, presidente da APICCAPS, sublinha o saber-fazer acumulado do setor do calçado "ao longo de gerações", associado a "grandes investimentos na área tecnológica", que fazem de Portugal "um player de referência a nível internacional". Portugal "produz excelente calçado, a um preço justo", frisa.
Por fim, Fátima Santos, secretária-geral da AORP, sublinha que i setor da ourivesaria assenta numa "indústria vocacionada para a produção para terceiros, que se posiciona pela qualidade, capacidade de resposta e flexibilidade de adaptação a produções de menor escala, mais exclusivas, que é o que buscam atualmente as marcas internacionais". Mas que alia, ainda, "a técnica à inovação, a manufatura à tecnologia, com incorporação de boas práticas de sustentabilidade - algumas intrínsecas à atividade, como a redução do desperdício, a reciclagem de matérias-primas e a aposta na qualidade e no ciclo longo dos produtos -, numa apologia aos princípios do slow fashion".