O presidente do Montepio disse hoje que a emissão de 200 milhões de euros em unidades de participação que o banco fez não foi por falta de capital, mas porque quer aumentar o crédito às empresas e sobretudo às exportadoras.."A emissão não foi feita para suprir dificuldades de capital. Mesmo depois das provisões que constituímos em setembro, tínhamos um rácio de capital 'core tier 1' de 11%", disse Tomás Correia, na bolsa de Lisboa. O responsável sublinhou que, depois desta emissão, o Montepio ficará com 13% de "core tier 1", a medida que avalia a solvabilidade de um banco..Leia também: Banca deixa de vender produtos financeiros complexos a partir de janeiro."Reforçamos capital porque queremos apoiar a economia, sobretudo as empresas de bens transacionáveis. Uma boa base de capital é uma garantia de que podemos desenvolver esse trabalho", reforçou o responsável..O Montepio registou no terceiro trimestre um reforço de imparidades de 125 milhões de euros para fazer face a eventuais perdas..Apesar disso, Tomás Correia garantiu que o banco não tem problemas de capitalização e disse que quando entrarem em vigor as novas regras de rácio de capital ao abrigo do quadro regulamentar de Basileia III, a 1 de janeiro, que o Montepio estima que ficará "com um excesso entre 500 e 600 milhões de euros"..O Montepio divulgou hoje, numa sessão na bolsa de Lisboa, que colocou a totalidade dos 200 milhões de euros em unidades de participação que contam para capital do banco, através de 25 mil subscritores..O presidente da associação mutualista considerou esta emissão um "sucesso" e destacou que todos os títulos foram colocados "no retalho".."Não houve institucionais a subscrever", frisou Tomás Correia, destacando os "quase 25 mil subscritores" que "confiaram as suas poupanças no Montepio"..A oferta pública de subscrição, que decorreu de 25 de novembro a 13 de dezembro, assentou em 200 milhões de unidades de participação, com o valor nominal unitário de um euro..Estes títulos são um valor mobiliário e contam para o capital social do Montepio, mas não dão aos seus detentores direito de voto em assembleia-geral e a remuneração é decidida pela assembleia-geral quando achar por bem, em função dos resultados da Caixa Económica Montepio Geral, não havendo data para pagamento..Em declarações aos jornalistas, à margem da sessão de apresentação de resultados, o presidente do Montepio garantiu que estes investidores serão remunerados assim que o banco regresse aos lucros..Esta oferta pública de subscrição de unidades de participação, que reforça o capital da instituição, junta-se ao reforço de 205 milhões de euros que a Caixa Económica Montepio Geral fez nos últimos meses, através da Associação Mutualista..A Caixa Económica Montepio Geral ficou agora com um capital social de cerca de 1700 milhões de euros, dos quais cerca de 12% são dos investidores que subscreveram unidades de participação. No entanto, a única 'dona' do banco Montepio com direito de voto em assembleia-geral continua a ser a Associação Mutualista Montepio Geral.