O primeiro-ministro acredita que não é necessário tomar mais medidas para proteção das famílias e empresas que têm ainda créditos em moratória, garantindo que está a "acompanhar a situação com muito cuidado".
"É um tema que acompanhamos com muita atenção e muito cuidado", começou por referir António Costa em resposta ao líder do PCP, Jerónimo de Sousa, durante o debate do Estado da Nação, esta quarta-feira, na Assembleia da República.
"Registamos que das 10 mil situações de moratória que, entretanto, foram ultrapassadas, oito mil eram relativas a famílias", indicou o chefe do governo, lembrando que "temos já um quadro legal que responde à situação das empresas e iremos continuar a acompanhar a situação das famílias", prometeu.
O primeiro-ministro assegurou que "até ao momento, a indicação que temos é que não há necessidade de fazermos mais do que o que tem sido feito" e que "entre os credores e os devedores têm sido encontradas soluções que asseguraram a solvabilidade e evitam a asfixia de quem quer que seja", prometeu.
António Costa deixou outra promessa: "o que lhe posso garantir é que se for necessário, nós tomaremos as medidas para que ninguém fique para trás", rematou na resposta a Jerónimo de Sousa.
O líder comunista questionou o primeiro-ministro sobre o fim "abrupto" das moratórias previsto para o dia 30 de setembro "sem que seja assegurada a normalidade da atividade económica e o perigo real de milhares de famílias com crédito à habitação e milhares de empresas, que recorreram ao crédito bancário, entrarem em incumprimento", acusando o executivo de não "demonstrar vontade de resolver o problema."
Em maio, o montante de créditos em moratórias (públicas e privadas) voltou a descer, atingindo os 38,5 mil milhões de euros, um valor que é inferior ao registado no final de abril em 1,2 mil milhões de euros. Este é o oitavo mês consecutivo em que se regista uma descida no valor de créditos em moratória.
Desta vez, "esta variação resulta do decréscimo tanto dos empréstimos concedidos a particulares como dos concedidos a sociedades não financeiras, que diminuíram 0,5 e 0,7 mil milhões de euros, respetivamente", segundo explica o Banco de Portugal (BdP) em comunicado publicado no passado dia 30 de junho de 2021.
Notícia atualizada às 16h40 com mais informação sobre créditos em moratória no final de maio.