Uma "invenção revolucionária", foi assim que o júri dos prémios Nobel considerou a criação da tecnologia de iluminação LED de Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura, que lhes daria a distinção da academia sueca na área da Física, em 2014.
Isamu Akasaki morreu esta quinta-feira, aos 92 anos, de pneumonia, num hospoital de Nagoya, no Japão, de acordo com um comunicado da universidade Meijo, onde tinha sido professor.
As lâmpadas LED vieram revolucionar a iluminação, ao durarem milhares de horas e gastarem muito menos energia do que as lâmpadas incandescentes que Thomas Edison inventou no século XIX.
O trio de investigadores criou o diodo emissor de luz azul nos anos de 1990, que assim se juntou aos diodos de luz vermelha e verde, cuja mistura permitiu a recriação da luz branca do sol.
A descoberta permitiu também, por exemplo, o desenvolvimento dos ecrãs com cor nos smartphones e tem múltiplas aplicações na tecnologia moderna.
Isamu Akasaki nasceu em 1929 em Kagoshima no sul do Japão, e formou-se na Universidade Kioto, em 1952. Trabalhou vários anos como investigador na empresa Kobe Kogyo, a atual Fujitsu, e iniciou a sua carreira académica na universidade de Nagoya, em 1959.
Numa entrevista publicada pela universidade de Meijo, em 2010, descreveu como se sentiu isolado nesta área de investigação. "Quando anunciámos, em 1981, resultados importantes naquela altura numa conferência internacional, não houve reação. Senti-me sozinho no deserto", afirmou. "Mas eu estava determinado a não desistir desta investigação, mesmo sozinho".
Ao receber o prémio Nobel da Física, Akasaki deixou um conselho aos jovens investigadores: "Não se deixem enganar por temas que estão na moda. Façam o que desejarem se é realmente o que querem fazer".