No contexto atual e, em especial, depois do fim do reinado de uma grande rainha, muito mais do que Rainha do Reino Unido, esperávamos uma entrevista do atual líder do governo português forte, assertiva, construtiva e com soluções para o presente e de futuro.
Contudo, assistimos a "morto-vivo". Assistimos a um primeiro-ministro desgastado, em sistemática justificação e em rutura total com a própria equipa. Aliás, a desconsideração pela própria equipa é reveladora de uma solidão imposta, típica dos fins de ciclo.
Foi, por isso, pelo menos para mim, uma surpresa. Mas uma surpresa irresponsável num momento em que se esperava responsabilidade.
Por outro lado, foram também intensamente debatidas as medidas apresentadas na semana passada. As medidas que fizeram lembrar a política "do pão e circo" fomentada pelo império romano em épocas de fragilidade. Incomoda que tantos anos depois voltem com políticas tão semelhantes.
Os portugueses não querem "esmolas" ou meras devoluções do que já é nosso. Queremos um Estado menor, menos gastador e mais eficiente. Especialmente, em momentos "extraordinários" como os que estamos e vamos continuar a viver.
Queremos pagar menos a um Estado que tudo exige e gasta, mas que, infelizmente, pouco ou nada garante.
Ao invés das "esmolas", deveríamos ter apostado:
1. Na isenção do IRS para trabalhadores com salários até 1500€;
2. Na suspensão e revisão imediata da TSU das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME);
3. Na suspensão imediata do Pagamento por Conta das MPME;
4. Na bonificação em 50% do IRC das MPME;
Bastava isto. Bastava acabar com estes pagamentos excessivos, especialmente nesta fase.
Ontem, pareceu estarmos no princípio do fim do atual governo. Ontem, ficou evidente que PSD, CDS, IL e CHEGA têm de estar preparados para uma alternativa competente, com rasgo, com responsabilidade e, por isso, com futuro.
Por isso, preparem-se. Portugal e nós, os portugueses, não aguentamos mais brincadeiras e incompetências. Porque não basta estar na política. É preciso estar na política ao serviço e com a máxima competência.
Empresário