A participação masculina no mercado de trabalho voltará ainda neste ano ao nível de 2019, mas o mesmo não ocorrerá com as mulheres, estima a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que antecipa um défice de 13 milhões de emprego ocupados por trabalhadoras em todo o mundo relativamente ao cenário anterior à pandemia..As previsões foram publicadas nesta segunda-feira, num documento no qual a organização pede medidas urgentes nas políticas de emprego para equilibrar a participação feminina no mercado de trabalho. Designadamente, mais formação orientada para a reconversão laboral das mulheres, mas também mais investimento nos cuidados, garantias de maior igualdade na proteção social, legislação para a transparência salarial, prevenção da violência e do assédio, e promoção das mulheres a cargos de decisão..Segundo os dados da OIT, no ano passado o emprego feminino caiu globalmente 4,2%, numa perda de 54 milhões de postos de trabalho em todo o mundo. Já o emprego masculino recuou 3%, com menos 60 milhões de postos de trabalho..Já em 2021, as previsões da organização apontam para um crescimento de emprego feminino de 3,3%, com uma recuperação de 41 milhões de postos de trabalho. Entre os homens, a subida será de 3%, representando 59 milhões de empregos.."Ainda que a taxa de crescimento de emprego projetada em 2021 para as mulheres exceda a dos homens, esta irá, apesar de tudo, ser insuficiente para trazer as mulheres de volta aos níveis de emprego pré-pandémicos", refere a OIT..A taxa de emprego feminina global deverá ficar nos 43,2%, contra os 68,6% da taxa de emprego masculina..Para a região da Europa e da Ásia Central, a taxa de emprego das mulheres em idade ativa deverá ficar nos 46%, prevê a OIT, comparando com uma taxa de 60,8% entre os homens..A organização assinala que, ao contrário do que sucedeu na última crise, as mulheres foram agora as mais penalizadas com perdas de emprego nesta região, com uma quebra de 2,5% nos postos de trabalho ocupados (entre os homens, a redução foi de 1,9%)..As previsões para 2021, admite, "não são encorajadoras". O emprego feminino na Europa e na Ásia central deverá melhorar 0,6% e o masculino 0,4%.