Não é o salário que mais importa aos candidatos num anúncio de emprego

Entre os aspetos que um anúncio de emprego deve conter para que os portugueses se candidatem a uma oferta de emprego estão a localização do local de trabalho e o tipo de contrato. Já o seu formato deve ser profissional e detalhado - e, acima de tudo, não conter erros.
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Na hora de consultar um anúncio de emprego, a localização geográfica é um dos fatores mais relevantes para 59% dos candidatos, revela um estudo realizado pela Michael Page - empresa de recrutamento especializado - que analisou os vários fatores decisivos para que profissionais portugueses se candidatem ou não a uma oferta de emprego. Desde o final de setembro até metade de dezembro, foram inquiridas 428 pessoas no âmbito deste estudo, afirma a empresa.

A juntar-se à localização do local de trabalho, a designação do tipo de contrato revela assumir importância para 47% dos candidatos, assim como o título da função, para 44%. Embora menos expressivas, mas ainda assim tidas em conta pelos portugueses quando consultam anúncios de emprego, estão a indicação do salário (37%), a senioridade da função (24%) e o critério do nome da empresa e a data de publicação do anúncio (19%). Informação sobre a cultura da empresa é também um aspeto mencionado por 88% dos inquiridos. Enquanto uma percentagem idêntica afirma ter interesse em saber o intervalo salarial da proposta, 69% diz querer saber mais sobre os benefícios oferecidos pela empresa.

Quanto à leitura dos anúncios, grande parte dos candidatos (68%) afirma lê-los na íntegra - já os restantes, indicam ler apenas 80-90% do conteúdo. Outra informação que o estudo da Michael Page permitiu apurar é que a acessibilidade do anúncio impulsiona a sua leitura, visto mais de um terço (37%) recorrer a smartphones para executar este tipo de tarefas e 26% chega mesmo a candidatar-se por esta via. Ainda neste campo, "a leitura de um anúncio de emprego não justifica necessariamente que o candidato pretenda concorrer a uma determinada posição", explica a empresa de recrutamento, acrescentando que alguns candidatos usam a informação como referência - ainda que 61% não o façam.

No que toca ao formato de anúncio, apesar de vários recrutadores apostarem em formatos mais originais e criativos, este não constitui um aspeto relevante do ponto de vista dos candidatos, dado que 61% afirma preferir um formato mais profissional e detalhado e 35% anúncios mais curtos e concisos, revela a Michael Page na sua análise.

Já os motivos que levam os portugueses a não se candidatarem a uma oferta de emprego são, em primeiro lugar, as qualificações - 61% dos entrevistados refere que não se candidatam quando sentem que são mais ou menos qualificados para desempenharem determinada função; seguidamente, a precisão do anúncio - quase metade (46%) afirma que não se candidata se este conter erros ou inconsistências; e, por fim, critérios como a localização da empresa (41%), anúncios desatualizados (36%), reputação negativa da empresa (35%) e salário/benefícios inadequados (33%). Adicionalmente, o estudo revelou que 31% dos inquiridos não se candidataria a uma posição se fosse necessário preencher formulários longos.

Em relação às fontes de informação mais utilizadas pelos candidatos portugueses a um novo emprego, os recrutadores devem ter em conta que 92% das pessoas inquiridas indicou recorrer a consultas ao website da empresa, 63% consulta as redes sociais da empresa e 61% sonda avaliações online em sites como o Glassdor. Já 34% revelou tentar contactar colaboradores atuais ou antigos para conseguir ter uma melhor perspetiva da empresa.

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