Nem o Comité Olímpico ficou a salvo dos piratas informáticos

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O Comité Olímpico Internacional e as Nações Unidas são duas das 72 organizações e empresas a nível mundial alvo de um ataque sem precedentes aos seus sistemas informáticos que começou, pelo menos, desde meados de 2006.Empresas com contratos militares, da indústria do design ou de tecnologia nenhuma parece ter ficado a salvo, segundo alertou a McAfee, empresa de segurança informática. "É a maior transferência de riqueza em termos de propriedade da história", classificou o vice-presidente da McAfee, Dmitri Alperovitch. Segundo o responsável, os piratas procuravam dados que lhes dessem vantagens diplomáticas, militares e económicas. "Se olhar para uma indústria e pensar o que é mais valioso em termos de propriedade intelectual, é isso que eles [os piratas] foram à procura", alerta o responsável, citado pela Reuters. "A escala em que está a ocorrer é verdadeiramente assustadora", diz. A dimensão do ataque, que afectou empresas e organismos estatais de países como os Estados Unidos, o Canadá, a Índia, a Coreia do Sul ou Taiwan, levou mesmo Dmitri Alperovitch a considerar que o mesmo terá sido financiado por um país, embora se tenha recusado a adiantar qual. Contudo, segundo Jim Lewis, um especialista em ataques informáticos do Center for Strategic and International Studies informado pela McAfee sobre esta matéria, o facto de Taiwan e o Comité Olímpico Internacional estarem entre as vítimas sugere que a China está por trás deste ataque, diz a Reuters. Não é a primeira vez que a China é acusada de piratia informática. No início do ano, a Google acusou o gigante asiático de ter realizado um ataque informático a dezenas de empresas do sector militar e de tecnológico, acusações negadas pelo país. "Estou convencido que qualquer empresa, de todas as indústrias possíveis com uma dimensão significativa, com propriedade intelectual valiosa e segredos comerciais foi comprometida (ou o será em breve), com a grande maioria das vítimas raramente a descobrirem a intrusão ou o seu impacto", refere Alperovich no relatório da McAfee. A empresa de segurança informática descobriu este ataque massivo quando em 2009 investigava alguns ataques a empresas com contratos na área de defesa militar. Na altura, depararam-se com um servidor usado para gerir esta campanha e, em Março, encontraram registos que revelaram todos os ataques. A estratégia de entrada dos piratas normalmente passava pelo envio de e-mails para os funcionários das empresas alvo de ataque, contendo programas que permitiam que assumissem o controlo do computador. Entrando na rede da empresa, iam aumentando o nível de acesso até obterem a informação que pretendiam.

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