A Nova Zelândia quer mudar de bandeira e o referendo final está marcado para março de 2016. Para já, o modelo que substitui a "Union Jack" por um feto prateado sobre um fundo azul e preto está à frente das preferências dos neozelandeses, de acordo com os resultados do primeiro referendo, divulgados hoje.
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Modelo que venceu primeiro referendo pode ser a próxima bandeira[/caption]
"Apesar de este ser um resultado preliminar, os neozelandeses podem agora concentrar-se em decidir se vão manter a atual bandeira ou substitui-la", disse o vice-primeiro-ministro, Bill English. O impulsionador da mudança, o primeiro-ministro John Key, tem defendido que a alteração é necessária visto que a "relíquia colonial" é facilmente confundida com a bandeira australiana e o design agora escolhido é também o preferido do governante.
A referendo foram cinco designs de bandeiras, votados por 1,5 milhões de neozelandeses, que atribuíram 550 mil votos em primeiro lugar a duas bandeiras do mesmo autor, Kyle Lockwood. "O meu pai representou a Nova Zelândia em hóquei aquático e sempre usou o feto prateado sobre um fundo preto - sempre achei que [esse símbolo] estaria na bandeira, um dia", explicou o designer. Ao todo, mais de 10 mil designs de bandeiras foram submetidos a concurso inicialmente e o preferido online não foi a votação: apresentava uma ave neozelandesa conhecida por "Kiwi" que disparava raios laser verdes através dos olhos.
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Cinco bandeiras foram colocadas a referendo, selecionadas entre 10 mil propostas[/caption]
A atual bandeira neozelandesa foi adotada em 1902 e apresenta a "Union Jack" no canto superior esquerdo com o cruzeiro do sul sobre um fundo azul escuro. A Union Jack adotada nas bandeiras dos países do Reino Unido ou ex-colónias, representa a união da cruz de S. Jorge da bandeira de Inglaterra (vermelha no meio com fundo branco), com a cruz de Santo André da bandeira da Escócia (branca, em formato de X, sobre fundo branco) e a cruz de S. Patrício da bandeira da Irlanda (vermelha em X com fundo branco).
Outrora parte do império britânico, a Nova Zelândia é hoje independente, ainda que mantenha a rainha Isabel II como chefe de Estado, com um poder simbólico. A alteração da bandeira é encarada pelos neozelandeses como um corte dos laços coloniais que pode melhorar a imagem global da Nova Zelândia. O primeiro-ministro John Key argumenta que também o Canadá, outra ex-colónia britânica, mudou a bandeira em 1965 para passar a incluir a folha de plátano, um símbolo "universalmente reconhecido".
Os oponentes da mudança contestam o valor dispendido no referendo (26 milhões de dólares neozelandeses ou cerca de 16 milhões de euros) e recordam que os neozelandeses já tiveram de lutar pela bandeira tradicional, considerando um desrespeito pelas gerações de soldados que morreram nessas guerras.
As sondagens indicam que, quando a atual bandeira for a referendo contra o novo modelo agora escolhido, em março do próximo ano, irá ganhar a velha bandeira de sempre.