A Caixa Geral de Depósitos (CGD) quer aumentar o seu financiamento às PME exportadoras, disse hoje o vice-presidente do banco público, António Nogueira Leite, na apresentação de um estudo sobre exportações em Portugal.
"A CGD está menos presente do que gostaríamos no crédito às empresas", disse hoje o economista, adiantando que o banco público quer direcionar o crédito disponível para este segmento.
Segundo o responsável, enquanto a CGD tem uma quota de mercado no crédito de cerca de um quarto do sistema bancario, no crédito às Pequenas e Médias Empresas (PME) exportadoras este é de cerca de 16%, valor que quer reforçar.
Ainda assim, afirmou, a concessão de financiamento não será feita sem a devida avaliação do risco, tal como não será feita baseada em "sugestões".
"A CGD não dá crédito a quem bate a porta, nem aceita sugestões pontuais de figuras, independentemente do poder político que exiba", afirmou.
Nogueira Leite, que falava na apresentação de um estudo sobre as exportações em Portugal feito pelo economista Augusto Mateus para a CGD, referiu-se ainda ao passado do banco público para afirmar que este vive atualmente constrangimentos devido a opções anteriormente tomadas.
"As instituições vivem com constrangimentos porque têm passado. A CGD começou por ser banco hipotecário e na última década deu protagonismo à construção, a tudo o que é obra imobiliária e financiamento público. Alguns de nós anunciamos várias vezes que esse caminho era um caminho sem futuro e a CGD tem de criar condições para que possa ter futuro", disse.