A NOS inaugurou esta segunda-feira um centro de inovação exclusivamente dedicado à quinta geração da rede móvel (5G) da telecom. O NOS Hub 5G representa um investimento de 1,8 milhões de euros, contando com o apoio de mais de 20 parceiros (incluindo Nokia e Accenture).
Este hub 5G da NOS, localizado no Parque das Nações, em Lisboa, corresponde a um espaço com uma rede privada de 5G para ideação, experimentação e desenvolvimento de transformação digital com a nova tecnologia, aberto a startups e outras empresas. A rede em causa é 5G standalone, que ainda não está disponível aos utilizadores mas que será o próximo passo evolutivo da nova rede (algo que o especialista em telecomunicações Rui Aguiar explica nesta entrevista).
Para o presidente executivo da NOS, Miguel Almeida, o hub inaugurado é um "espaço único de inovação e colaboração dada a sua dedicação ao 5G", sublinhando que o objetivo é, agora, "acrescentar valor na vida das organizações". Miguel Almeida defendeu mesmo que este é um espaço "único no país", por se focar exclusivamente no 5G. Objetivo? "Agregar parceiros tecnológicos, empresas e startups" para desenvolver um ecossistema de inovação com a nova vaga tecnológica.
Numa cerimónia que contou com a presença de Mário Campolargo, secretário de Estado para a Digitalização e Modernização da Administrativa, o CEO da NOS revelou que a telecom já investiu "exclusivamente" mais de 350 milhões de euros em 5G, nos últimos dois anos, "desde aquisição de espetro, infraestruturas e desenvolvimento de serviços".
"Não há transformação digital sem um 5G forte" e, por isso, o sucesso da nova tecnologia "será crítico para o futuro da economia ", de acordo com o CEO da NOS, que salientou que a empresa tem uma "aposta forte e ambição de liderança" no 5G. Aliás, o primeiro balanço da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) sobre a nova rede móvel indica que a NOS é o operador com mais antenas 5G. Ainda assim, os dados levantados pelo regulador motivaram críticas do CEO da NOS.
O NOS Hub 5G representa um investimento "relevante" para a empresa, segundo Manuel Ramalho Eanes, administrador da telecom que também interveio na inauguração do novo espaço. Também Jorge Graça, chief technology officer da NOS, usou da palavra para notar que a empresa está "a disponibilizar um ecossistema aberto, um espaço de colaboração, de construção", com o objetivo de criar "soluções com impacto".
O novo espaço de inovação conta com 50 profissionais dedicados, que já desenvolvem 28 soluções. "Algumas já extravasam este espaço", disse Manuel Ramalho Eanes, asseverando que o NOS Hub 5G "é uma infraestrutura pioneira em Portugal ", pensada para "testar o futuro".
A empresa já conta com 20 entidades parceiras na exploração do hub 5G, mas ideia é captar mais players para o universo da NOS. "Estão aqui criadas condições e conforto para levar a experimentação ao limite, sem colocar em causa o uso normal da rede pelos clientes", enalteceu ainda Ramalho Eanes.
Questionado pelos jornalistas sobre o futuro deste espaço, Miguel Almeida concretizou: "A nossa ideia é que este local funcione como um hub com derivações. Ou seja, estamos a pensar em ligarmo-nos à academia, às universidades, mas também a centros de startups, algo a que não obrigue as pessoas vir aqui fisicamente. A ideia é que este hub tenha algum tipo de disseminação pelo país".
O hub 5G da NOS está dividido em cinco zonas distintas: anfiteatro, onde decorrerão demonstrações das aplicações desenvolvidas; demo plazza, onde as soluções criadas podem ser experimentadas; Workspace 5G Lab, onde decorrerão processos de prototipagem; e os espaços de training meeting e 5G Advanced.
Localizado numa área de 464 metros quadrados, o novo centro de inovação da NOS está interligado com toda a infraestrutura e data centers da NOS.
Para o secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa, Mário Campolargo, o centro de inovação da NOS representa "uma oportunidade histórica" para "dar um salto para a frente e ter um contacto com o futuro", algo - realçou - não só benéfico para pequenas e médias empresas - "o core da nossa estrutura empresarial e económica" -, mas também para o futuro das políticas públicas.
"Explorar os limites para criar novas soluções que sejam relevantes do ponto de vista social", ou "que tenham um impacto económico evidente", foram as vantagens notadas por Campolargo durante a inauguração. O governante elogiou, assim, a iniciativa, afirmando que tornar Portugal num "país digital é uma prioridade". "Para chegarmos aí temos de passar pela ideiação, pela prototipagem, pela cocriação", afirmou. "E o contexto desta experimentação permite minimizar o risco, porque permite partilhá-lo com outras empresas expô-lo a utilizadores", acrescentou.
"Portugal precisa de parceiros como a NOS para avançar na capacitação avançada das pessoas e do tecido empresarial", afirmou o governante, indicando que isso também fará "aumentar a balança tecnológica do país".
"Não estamos no NOS Alive, mas estamos no NOS Alive 5G", atirou Mário Campolargo, cuja presença no evento não veio a revelar qualquer acordo, parceria ou iniciativa entre empresa e governo. Ter-se-á tratado de uma participação apenas institucional, segundo explicou Miguel Almeida aos jornalistas.
(Atualizado às 18h08)