NOS participa em iniciativa mundial para reciclar mais de cinco mil milhões de telemóveis

O sucesso da iniciativa pode representar a poupança de 7,3 mil milhões de euros na extração de ouro, paládio, prata, cobre e outros minerais essenciais para o fabrico de smartphones.
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A portuguesa NOS juntou-se às congéneres British Telecom, Orange, Proximus e Telefónica, Globe Telecom, GO Malta, Iliad, KDDI, Safaricom, Singtel e Tele2, numa iniciativa mundial que visa a reutilização e reciclagem de mais de cinco mil milhões de telemóveis antigos e inativos que se estima estarem ainda nas mão dos utilizadores.

O acordo que reúne 12 das maiores empresas de telecomunicações do mundo foi alcançado no âmbito da GSMA, associação setorial com perfil internacional que é responsável por organizar o Mobile World Congress.

Segundo o comunicado pela GSMA, estima-se que mais de cinco mil milhões de telemóveis antigos e inativos ainda estão na posse dos consumidores. Ora, o objetivo deste acordo passa por garantir a reutilização ou reciclagem desses aparelhos, contribuindo para o desenvolvimento de "uma cadeia de abastecimento mais circular".

O mesmo comunicado adianta que os operadores vão definir objetivos para "acelerar e desenvolver o trabalho que já está a ser realizado pela indústria telco, à medida que esta toma medidas para se afastar da tradicional abordagem take-make-dispose [extrair recursos - fabricar - dispensar] dos materiais utilizados nos telemóveis.

Quer isto dizer que este operadores deverão encetar campanhas de recolha e retoma de máquinas antigas e inativas, a fim de aproveitar componentes eletrónicos ainda em boas condições e, em alguns casos, estimular o mercado dos dispositivos recondicionados para combater a obcelescência programada. O aumento da recuperação de telemóveis irá evitar também que os aparelhos antigos sejam depositados em aterros ou incinerados, minimizando o aumento do lixo eletrónico.

Com esse propósito em mente, a GSMA inidca que, até 2030, "o número de dispositivos móveis usados recolhidos através dos sistemas de retoma dos operadores corresponderá a, pelo menos, 20% do número de dispositivos novos distribuídos diretamente aos consumidores".

Acresce a meta de, até 2030, ter 100% dos smartphones usados recolhidos "reparados, reutilizados ou transferidos para organizações de reciclagem controladas".

"Um telemóvel recondicionado pode ter um impacto climático 87% inferior ao de um telemóvel fabricado de novo", aponta a GSMA.

Se os operadores tiverem sucesso nesta iniciativa - ou seja, se consiguirem reaproveitar a 100% os mais de cinco mil milhões de dispositivos antigos e inativos - terão poupado oito mil milhões de dólares (7,3 mil milhões de euros) em ouro, paládio, prata, cobre, elementos de terras raras e outros minerais essenciais, bem como cobalto suficiente para 10 milhões de baterias de carros eléctricos.

"A utilização eficaz desses materiais poderia reduzir potencialmente o custo de fabrico dos telemóveis e eliminar barreiras de acesso à internet para mais pessoas. Ao mesmo tempo, os operadores reconhecem que é necessário continuar a trabalhar para resolver os problemas que impedem as pessoas de devolver os telemóveis, tais como a privacidade dos dados, a necessidade de guardar memórias preciosas armazenadas nos aparelhos e o desejo de ter um aparelho de reserva", lê-se.

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