A nova nota de cinco euros, que entra em circulação quinta-feira, foi
hoje apresentada à imprensa pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, como "mais segura" e mais difícil de falsificar do que a atual.
Esta vai ser a primeira das várias novas notas da série Europa que serão postas em circulação
ao longo dos próximos anos na zona euro, "por ordem ascendente das
denominações", ou seja, por ordem crescente do seu valor (cinco, dez,
20, 50, 100, 200 e 500 euros).
A nova nota de cinco euros, que vai circular em paralelo com as atuais, sendo gradualmente substituída pelo Banco de Portugal, será disponibilizada a partir do dia 2 de maio em Portugal aos balcões dos bancos comerciais e caixas automáticas Multibanco, além do próprio banco central.
De entre os novos elementos de segurança, que resultam de "progressos tecnológicos" realizados desde a entrada em circulação do euro, em 1 de janeiro de 2002, cinco deles podem ser reconhecidos apenas "pelo recurso ao tato e à visão" por qualquer cidadão, conforme explicou o governador do Banco de Portugal.
São eles as marcas táteis, linhas impressas em relevo nas margens da direita e da esquerda da frente da nota, destinadas a facilitar a identificação especialmente por cegos, a marca de água com o rosto da deusa Europa e o valor da nota, o filete de segurança onde pode ser observado o valor da nota e o símbolo do euro, o holograma com o retrato de Europa, um pórtico e o valor da nota e e o "número esmeralda" no canto inferior esquerdo, cuja cor varia entre o verde esmeralda e o azul escuro, conforme a inclinação da nota e o ângulo de observação.
Para além disso, os padrões e as cores das novas notas são idênticos aos das atuais, mas o Eurosistema escolheu a imagem da deusa mitológica grega Europa, que deu o nome ao continente europeu, retirada de um vaso com mais de dois mil anos, encontrado no sul de Itália e pertencente ao Museu do Louvre, em Paris, para dar "um toque humano" às notas.
Para que os novos elementos de segurança sejam facilmente reconhecidos
pelo público, o Banco de Portugal organiza, além de uma campanha de
informação, uma exposição na antiga igreja de São Julião, junto ao largo
do Município, em Lisboa, que irá estar aberta todos, os dias úteis, até
10 de maio. Os cidadãos poderão no local "testar a autenticidade das
novas notas e solicitar esclarecimentos"
Carlos Costa deixou, ainda, cinco alertas para evitar burlas. Mesmo depois da entrada em circulação das novas notas as atuais" podem continuar a ser usadas, não sendo, portanto necessário trocá-las". Se quiser, pode fazê-lo, mas apenas nos balcões do Banco de Portugal e bancos comerciais.
"Não existe ninguém mandatado pelo Banco de Portugal para trocar as notas, pelo que deve ser comunicado às autoridades sempre que alguém se apresentar como tal, numa tentativa de burla", avisou o governador do Banco de Portugal.
Além disso, "as notas atuais nunca vão perder o seu valor facial", podendo ser usadasaté à sua substituição progressiva pelo Banco de Portugal.
Lançada em 1 de janeiro de 2002, a nota de cinco euros vale hoje apenas 4,06 euros, aplicado o deflator do índice de preços no consumidor (23,04) utilizado pelo Ministério das Finanças. O mesmo é dizer que que uma nota de cinco euros hoje equivalia então a 6,15 euros.
As novas notas de dez euros serão as próximas a ser lançadas pelo Eurosistema. A previsão é que tal ocorra já no próximo ano, "em data ainda a anunciar", informou ainda o Banco de Portugal.