Os bancos mantiveram a tendência de subida das taxas de juro oferecidas nos depósitos a prazo em 2011. E só mesmo a introdução da nova regra do Banco de Portugal, em Novembro de 2011, levou a que a banca interrompesse esse ciclo de subida.
Desde a entrada em vigor dessa regra - cuja penalização dá-se no rácio de capital de base (core tier 1) das instituições financeiras que ultrapassem um determinado limite - os bancos passaram a moderar as taxas praticas, tendo apenas verificado em Dezembro um ligeiro aumento.
As novas operação de depósitos a prazo, em novembro, pagavam um juro de 3,54% (uma taxa bastante inferior à de Outubro: 4,57%). Já em dezembro, os depósitos a prazo pagaram, em média, 3,56%, de acordo com os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal.
Ainda assim, quando avaliada a média do ano, "em 2011, manteve-se a tendência de subida iniciada no segundo semestre de 2010, registando-se um aumento sistemático das remunerações dos novos depósitos".
Em termos médios anuais, as taxas de juro "praticadas nos depósitos de particulares e de sociedades não financeiras durante o ano de 2011 fixaram-se, respetivamente, em 3,62% e 3,60%, representando aumentos de 177 p.b. e 193 p.b. face a 2010", adianta o Banco de Portugal.
O regulador bancário adianta ainda que "nos dois últimos meses de 2011, verificou-se uma descida das taxas", essencialmente devido à "entrada em vigor, a 1 de novembro, da Instrução nº28/2011 do Banco de Portugal, através da qual foram introduzidas penalizações no cálculo do rácio "Core Tier 1" dos bancos que pratiquem, nos depósitos, uma taxa de juro média anual superior em 300 p.b. à Euribor aplicável ao período de referência da operação".
Com taxas de juro mais atreativas face a outros produtos, foram muitos os portugueses que decidiram transferir as suas poupanças para os depósitos a prazo.
"Devido ao aumento das remunerações oferecidas, o montante de novos depósitos de particulares apresentou no ano de 2011 uma tendência de subida. Nesse ano, o volume mensal de novos depósitos de particulares foi, em média, de 9 739 milhões de euros, mais 37% do que em 2010", conclui o Banco de Portugal.