O final do ano trouxe um travão à recuperação da economia portuguesa, revelam os dados da síntese económica de conjuntura, revelada esta quarta, 20, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o INE, novembro terá sido mesmo o mês mais negativo para a atividade económica. Apesar da subida dos indicadores de confiança dos consumidores e do clima económica sentida em dezembro, são apontadas as quebras no montante global e levantamentos nacionais, pagamentos de serviços e compras em terminais de pagamento na rede multibanco ou a quebra nas vendas de automóveis.
O INE refere que o "indicador de sentimento económico da Área Euro aumentou em dezembro, contrariando o agravamento verificado no mês anterior." Esta evolução terá refletido o aumento dos níveis de confiança na indústria e na construção, assim como a recuperação do indicador de confiança dos consumidores, após ter diminuído nos dois meses anteriores.
Já no comércio a retalho e nos serviços, os indicadores de confiança diminuíram ligeiramente no mês de dezembro.
O indicador de atividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, registou um nível próximo daquele que foi observado no mês de novembro, suspendendo o perfil de recuperação observado entre abril e setembro, após a acentuada quebra registada no mês de abril.
O montante global de levantamentos nacionais, pagamentos de serviços e compras em terminais da rede multibanco caiu 11,8% em novembro e 7,8% em dezembro, em termos homólogos.
Por sua vez, o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, já disponível para dezembro, aumentou ligeiramente, após ter interrompido no mês anterior o perfil de recuperação observado desde maio.
Citando as estimativas provisórias mensais do inquérito ao emprego, o INE aponta que a população empregada recuou 0,9% em novembro, face ao mesmo mês de 2019. Já a taxa de desemprego terá ficado nos 7,2%, uma redução de 0,3 p.p em relação ao mês anterior.
"A taxa de subutilização do trabalho situou-se em 14,0%, menos 0,9 p.p. que no mês precedente, menos 1,5 p.p. que há 3 meses e mais 1,5 p.p. que há um ano", refere o INE, apontando que esta diminuição em novembro "resultou da diminuição de todos os indicadores que a compõem, tendo o número de inativos disponíveis mas que não procuram emprego registado uma redução de 8,9%".
Relativamente à inflação, o INE refere que em 2020 o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação média anual nula (0,3% em 2019) e uma variação homóloga de -0,2% em novembro e dezembro.
Já o índice de preços na produção da indústria transformadora apresentou em dezembro uma taxa de variação homóloga
de -4,9% (-5,2% no mês anterior) e, excluindo a componente energética, de -0,8% em novembro e dezembro.