Novo aeroporto? Qual é a pressa?!

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Para felicidade de um país que é o quinto com maior contributo do turismo no PIB, os estrangeiros voltaram a chegar diariamente aos magotes aos aeroportos nacionais, com dinheiro no bolso para gastar. Não são apenas turistas, são também investidores entusiasmados, nómadas digitais, estudantes e empresários que aqui querem construir valor. Resta saber até quando virão. Até que ponto as nossas maravilhas chegam para suplantar a falta de respeito com que um país tão dependente de quem o visita os recebe.

O problema é comum em toda a Europa, dirão, e do inesperadamente rápido despertar dos movimentos internacionais no pós-pandemia. Pode ser, mas há especificidades no caso português que não são comparáveis - a começar pela dependência da economia desta atividade e a terminar no eternamente adiado novo aeroporto. Uma obra fundamental e urgente, já que a atual infraestrutura está a rebentar pelas costuras e nem sequer há possibilidade de ampliar o espaço de cabines de verificação de documentos na fronteira aeroportuária, deixando milhares plantados durante horas. Não é só falta de pessoal, é sobretudo falta de espaço para o pôr a receber as multidões que querem entrar.

Ainda sem se perspetivar o boom de Portugal enquanto destino, já se antecipava o esgotamento da capacidade da infraestrutura lisboeta - e sim, há mais aeroportos no país, mas Lisboa tem potencial de funcionar como um hub de ligação entre três continentes e a nossa economia precisa de tirar todo o partido disso. Cinquenta anos de debate, porém, parecem não chegar para uma decisão que já vinha fora de tempo antes de a covid nos fechar as portas. E em vez de usarmos esse tempo para dar gás ao que já devia estar a ser feito, decidiu-se apenas voltar a adiar a decisão.

Depois de mudar a lei para garantir que as autarquias não poderiam tornar a ser impedimento a desenvolvimentos estruturais para o país, já em maioria absoluta, o governo inscreveu a seguinte pérola no Orçamento do Estado para 2022: "A solução dual composta pelo Aeroporto Humberto Delgado e o novo Aeroporto do Montijo deixou de ter a mesma pressão que sentia face a um crescimento galopante da procura (...). Assim, em 2022, o governo dará prioridade ao processo de uma Avaliação Ambiental Estratégica, através do concurso público internacional (...) de modo a tomar a decisão sobre o projeto de Ampliação da Capacidade Aeroportuária de Lisboa." Qual é a pressa?, diria o outro, que acabou cilindrado pelos próprios camaradas.

Um par de meses depois desta incrível conclusão, vem o mesmo governo, na pessoa do ministro das Infraestruturas dos últimos quatro anos, deixar um aviso: já em 2023 teremos o melhor ano de sempre no turismo e "vamos ter de recusar voos porque o aeroporto está esgotado". Mais disse Pedro Nuno Santos: "É importante trabalhar num consenso, numa boa solução."

Novidades? Nenhuma, senão o aparente despertar do governo para o que há décadas todo o setor vem alertando alto e bom som e todos quantos passam pela Portela veem. O aeroporto está esgotado e é urgente encontrar solução. Mas ainda que se chegue depressa ao tal consenso alargado até agora aparentemente impossível, é preciso tempo e disponibilidade de investimento para o pôr de pé e a funcionar.

E os turistas esperam ou desesperam? Nossa Senhora de Fátima nos ajude...

Sobe&Desce
SOBE: Daniel Traça, dean da Nova SBE

O trabalho notável desenvolvido na Nova SBE está a dar frutos e a solidificar a imagem de Portugal enquanto país com uma educação de excelência. E o último mês tem acumulado provas de quão bem sucedida tem sido a missão de Daniel Traça para fazer crescer e afirmar-se aquela que é considerada uma das melhores escolas do mundo. No ranking global do FT, a Nova SBE é a primeira instituição portuguesa na tabela, surgindo em 9.º lugar na Europa e em 11.º no mundo (uma melhoria de 4 e 3 lugares respetivamente), com a escola a constar do "grupo de elite" do Top 10 dos melhores mestrados europeus em Finanças. É ainda considerada a melhor escola portuguesa na formação de executivos e a 22ª melhor a nível mundial, destacando-se pela empregabilidade quase total de quem forma.

DESCE: António Costa Silva, ministro da Economia

Não foi só o país que caiu, num só ano, seis lugares no ranking mundial de competitividade da escola suíça de executivos IMD, passando para a 42.ª posição entre cerca de 60 países. Foi o arraso que Portugal sofreu em categorias específicas como a política fiscal, a eficiência governativa, a economia doméstica e as finanças públicas. Resumindo, tudo quanto está intimamente ligado às decisões tomadas em São Bento e no Terreiro do Paço é mal feito ou produz ineficiências que comprometem a capacidade de Portugal competir com outros na absolutamente fundamental internacionalização de uma economia com escassos meios e ainda mais reduzidos clientes. Alguém ouviu uma palavra a António Costa, a Fernando Medina ou a Costa Silva? Algum sussurrado desapontamento de quem nos governa? Alguma intenção de fazer planos para travar a queda e inverter a nossa ruinosa tendência? Uma promessa que fosse de deitar um olhar mais atento ao país, para identificar e corrigir fragilidades e tirar do caminho os pedregulhos que impedem que as nossas empresas progridam com mais valor e eficiência nos caminhos externos?

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