Embora não tenha referido o nome de qualquer um dos candidatos, o Banco de Portugal adiantou ontem que as negociações deverão prolongar-se até ao final do mês de agosto..Os chineses do Anbang têm a oferta mais elevada, mesmo depois da Apollo ter sido o único candidato à compra do Novo Banco que reviu a sua oferta, segundo adiantou o Dinheiro Vivo. Tanto a Fosun como Anbang mantiveram as ofertas anteriores..Sendo o preço o principal critério para a escolha do vencedor, o Banco de Portugal optou por começar a negociar com o Anbang. Mas ainda assim não é certo que o grupo segurador chinês seja o vencedor..Caso as negociações com o Anbang não sejam bem sucedidas, o Banco de Portugal poderá então avançar para o candidato seguinte que, neste caso, é a Apollo. Para já o cenário de adiamento da venda parece ser o menos provável de acontecer..Fora da corrida, ainda que não formalmente, deverá estar a Fosun. Tal como o Dinheiro Vivo tinha noticiado, o grupo chinês detentor da Fidelidade, manteve a proposta anterior e é o grupo com a oferta mais baixa, com um diferencial relevante face às restantes ofertas, ficando numa posição mais difícil de poder comprar o Novo Banco..Seja qual for o vencedor, o candidato eleito terá de apresentar um plano de reestruturação para o Novo Banco que será posteriormente submetido à avaliação do BCE. Só após a luz verde das autoridades europeias dar-se-á a venda concluída..Dos 4900 milhões injetados no Novo Banco, mil milhões de euros resultaram das contribuições dos bancos para o Fundo de Resolução, enquanto 3900 milhões saíram da linha de recapitalização da troika reservada à banca..Caso a venda renda apenas cerca de 2000 milhões ao Fundo de Resolução, como avançou o Dinheiro Vivo, este valor não será suficiente para liquidar a totalidade do empréstimo contraído através da linha da troika, havendo uma diferença de 1900 milhões que terá de ser suportado pelos outros bancos..Este empréstimo de 3900 milhões de euros têm um prazo máximo de dois anos, mas é renovado todos os trimestres. A taxa aplicada reflete os juros pagos pelo próprio Estado no quadro do empréstimo da troika, acrescidos de uma comissão fixa e de um spread adicional de cinco pontos base a cada três meses. O reembolso do empréstimo ao Estado é a primeira prioridade para o destino da receita obtida na venda do Novo Banco. Por isso, os 2000 milhões serão usados diretamente para amortizar o empréstimo..Uma vez que a própria medida de resolução contempla que as perdas não deverão tem um impacto material para o sector, a expectativa aponta para que estas sejam acomodadas ao longo do tempo, através das contribuições regulares. No entanto, só após a conclusão da venda do Novo Banco é que o Banco de Portugal deverá revelar como irá a banca acomodar estes prejuízos.