Quanto aos clientes de retalho e institucionais que investiram em papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo, o Novo Banco ainda está à procura de uma solução. Estas obrigações foram emitidas pelo próprio banco e criaram expectativas de liquidez que podiam levar o GES a comprar parte dessas emissões aos clientes por serem títulos de dívida de "muito longo prazo", de acordo com a divulgação de contas do BES relativas a 30 de junho.
O Novo Banco irá assim proceder ao pagamento da dívida do BES tendo em conta a preservação da sua própria liquidez.
As obrigações emitidas pelo BES durante a liderança de Ricardo Salgado foram vendidas a clientes de retalho por montantes superiores ao valor de emissão e estavam registadas no balanço ao custo amortizado. Nestas transações participaram instituições financeiras como a Eurofin, Société Générale e Crédit Suisse.
Este esquema de autofinanciamento foi considerado "fraudulento" pelo governador do Banco de Portugal e responsável pela maior parte das perdas de 3577 milhões de euros apuradas pelo banco em junho.