Novobanco com lucro recorde de 743 milhões de euros em 2023

Resultado líquido do banco liderado por Mark Bourke disparou 32,5% em relação a 2022, à boleia da subida da margem financeira, cujo contributo ascendeu aos 1,14 mil milhões de euros.
Paulo Spranger / Global Imagens
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O Novobanco apresentou lucros recorde de 743,1 milhões de euros em 2023, crescendo 32,5% em relação aos 560,8 milhões de euros registados no ano anterior, segundo a informação enviada esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

"Em 2023 o Banco apresentou um conjunto de fortes resultados, superando todas as metas financeiras, e evidenciando um consistente histórico de execução e entrega”, comenta Mark Bourke, presidente executivo da instituição financeira, citado em comunicado.

A margem financeira, que quase duplicou para 1,14 mil milhões de euros, à boleia das altas taxas de juro, ajuda a explicar os resultados. A evolução favorável da taxa dos ativos (juros pagos pelos clientes nos empréstimos) - que passou de 1,79% para 4,16% - “mais que compensou” o aumento - de 0,31% para 1,40% - das taxas passivas (juros pagos pelo bancos dos depósitos).

Em todos os trimestres que compõem o ano, houve uma “evolução positiva” a registar. Foi neste sentido que o Novobanco fechou o exercício com um produto bancário comercial - que engloba receitas provenientes de comissões, juros, operações interbancárias e outras despesas - de 1,43 mil milhões de euros, avançando 56,6% (519,9 milhões) em termos homólogos.

Esta mesma rubrica poderia ter alcançado maiores cifras, não tivesse o crescimento das comissões - que ascenderam aos 296,1 milhões de euros, em reflexo de uma ligeira subida de 0,9% face a 2022 - sido “parcialmente impactado pelas alterações legislativas”, nota o banco, referindo-se à suspensão das comissões cobradas em determinados empréstimos à habitação.

O crédito a clientes, por seu turno, totalizou 25,5 mil milhões de euros até dezembro, dos quais "54% concedido a empresas, 40% de crédito habitação e 6% de crédito ao consumo e outros”, mantendo-se praticamente inalterado em relação ao igual mês do ano anterior (-0,5%). Já a nova produção de empréstimos, embora tenha atingido os 3,5 mil milhões de euros (3,9 mil milhões em 2022), acabou por ser “parcialmente mitigada pelo aumento das amortizações” antecipadas.

No que toca à qualidade da carteira, lê-se no comunicado, os créditos não produtivos apresentaram uma redução de 17,7% face a dezembro de 2022, situando-se em 1,13 mil milhões de euros, e o rácio de NPL bruto (referente ao malparado) baixou para 4,4%, com um nível de cobertura de 84,3%. Não obstante a melhoria dos indicadores, o relatório hoje divulgado mostra que a entidade bancária reforçou em 74,9 milhões de euros as provisões e imparidades só para crédito (para um total de 109,4 milhões).

Na mesma dinâmica de estabilidade, os recursos totais de balanço pouco cresceram em 2023 (0,2%) comparativamente com o ano anterior, perfazendo os 34,9 mil milhões de euros até dezembro. A representatividade dos depósitos de clientes, que decresceram 272 milhões de euros (1%), para 28,1 mil milhões, situou-se nos 80,7%. 

Já os custos operacionais apresentaram um aumento de 6,9%, totalizando 479,2 milhões de euros: os custos com pessoal foram de 252,7 milhões (+8,1%), os gastos gerais administrativos totalizaram 182,9 milhões (+12,8%) e as amortizações ascenderam a 43,6 milhões (-17%). O rácio cost to income comercial situou-se em 33,3%, refletindo “o desempenho do produto bancário comercial (+56,6%) versus os custos operativos (+6,9%)”, é explicado.

O Novobanco transitou o ano com menos dois balcões, contando à data com 290 agências, e reforçou as suas equipas em 119 trabalhadores, apontando agora este somatório para 4209. 

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