A saída do Reino Unido da União Europeia já começou a fazer estragos. Um relatório do Credit Suisse, citado pela Bloomberg, revela que nos doze meses até junho deste ano o número de milionários no país caiu 15% em "consequência direta" do resultado do referendo.
O relatório anual do Credit Suisse sobre a riqueza global conclui que a fortuna das famílias britânicas encolheu 17,5 biliões de euros, cerca de 10% do total, nos doze meses terminados em junho deste ano.
A desvalorização da libra as quedas no mercado de capitais ditaram a perda de riqueza.
"O Reino Unido teve um ano tumultuoso com fortes quedas na taxa de câmbio e no mercado de capitais logo após o voto que ditou a saída da União Europeia. As perspetivas são muito incertas, tanto para a economia como para a riqueza das famílias", sublinha o banco suíço.
No topo dos países que acumularam riqueza no período analisado está o Japão. A fortuna das famílias japoneses cresceu 19%, ou 22,6 biliões de euros, graças à subida do iene face ao dólar.
Nos Estados Unidos a riqueza dos agregados familiares aumentou pelo oitavo ano consecutivo, para 80 biliões de euros.
A nível global a riqueza das famílias aumentou 1,4% para 241 biliões de euros, um número que reflete a falta de crescimento económico. Em 2021 o valor deverá subir para os 314 biliões de euros.
O Japão, os Estados Unidos e a Alemanha registaram o maior número de novos milionários. Durante o período em análise registaram-se mais 596 mil pessoas cuja fortuna está avaliada em um milhão de dólares, fazendo um total global de 32,9 milhões de pessoas.
O mesmo relatório revela que nos próximos cinco anos é provável que seja a China a liderar o ranking do aparecimento de novos milionários (73%), seguida pela Índia, Austrália e Canadá.