A Comunidade de Países de Língua Portuguesa, que Brasil concebeu em 1996, tem tudo para dar certo, com a participação plena e a vontade de todos os Estados-membros. A sua reaproximação é determinante para que o potencial económico seja efetivamente uma realidade. Principalmente após a materialização pela presidência pro tempore de Angola, em 2021, do IV Pilar - o económico, que visa exatamente o desenvolvimento do potencial dos Estados-membros.
O sucesso da CPLP passa significativamente pelo empenho de todos os países, principalmente daquele que fez nascer essa comunidade, o Brasil, sem margem para dúvidas - pelo que é e pelo que representa enquanto potência.
O trabalho de resgate e de parcerias económicas está a fluir de forma extremamente positiva, com um alinhamento total. A Confederação Empresarial da CPLP e a sua direção no Brasil, a FUNCEX - Fundação de Centro de Estudo do Comércio Exterior - derivada de instituições como o Banco do Brasil, BNDES, Vale, Petrobras, Banco Itaú, Banco do Nordeste, Caixa, Banco Santander entre outros - é um canal permanente e independente de comunicação entre o setor privado e o público. Estamos a criar em parceria, na sequência do que a FUNCEX já tem para a América Latina, o ComexData CPLP, a base de dados que vai espelhar as transações comerciais que existem dentro da comunidade.
Esta ferramenta importantíssima vai, numa primeira fase, mostrar as áreas mais relevantes onde já existe relação comercial e, numa segunda fase, moldar o modelo estratégico da cadeia de valores que pode efetivamente exponenciar esta comunidade enquanto bloco económico.
É certo que, dentro do panorama mundial, com a nova ordem geopolítica, são claras as respostas às necessidades concretas que podemos suprimir para partir na linha da frente enquanto bloco económico. Nomeadamente em áreas críticas como o petróleo, sabendo que os países produtores desta comunidade - Angola, Brasil, Guiné Equatorial, Moçambique, Timor Leste -, juntos, representam a quarta potência mundial.
Também no que respeita ao agronegócio, pescas, extensão de reserva de água doce há valor, o que significa que, igualmente na área alimentar, podemos responder em grande escala.
No turismo, todos os Estados-membros da CPLP, sem exceção, são abençoado por bom clima e praias paradisíacas. Por último, mas talvez dos mais importantes fatores, o capital humano e a população jovem é uma força da CPLP que pode dar resposta também em escala às enormes necessidades que existem ao nível da mão-de-obra.
A CPLP apresenta-se como um bloco económico forte e seguro, fatores essenciais para se transformar numa plataforma giratória de negócios - também pela sua imensa diversidade, já que tem presença em quatro continentes e está inserida em seis comunidades económicas: SADC (Angola e Moçambique); SEEAC (Angola, Guiné Equatorial e São Tomé); CEDEAO (Guiné Bissau, Cabo Verde); MERCOSUL (Brasil); União Europeia (Portugal); ASEAN (Timor Leste).
Juntos, consagramos a ponte para economia global.
Presidente da Confederação empresarial da CPLP