É a velha história do copo meio cheio ou meio vazio. Pelo menos é assim que o criativo Nuno Jerónimo analisa a presença portuguesa no Cannes Lions. . "Há duas formas de avaliar a participação portuguesa em Cannes", começa por referir o antigo director criativo da Ativism. "Foi fantástica porque ganhámos dois Leões de Ouro e três de Bronze!", diz. "Não foi famosa, porque só ganhámos dois Leões de Ouro e três de Bronze. Eu tendo a inclinar-me para a segunda. E parabéns aos vencedores", conclui. . Desta última edição do Cannes Lions, Nuno Jerónimo destaca o desempenho da BBDO "enquanto network" que classifica de "fantástica", bem como da Wieden + Kennedy de Amesterdão e da Droga 5, agência que, considera, "continua a apresentar um trabalho incrível". A agência de David Droga foi vencedora dos Grandes Prémios em Outdoor e Titanium Integrated com Decode Jay-Z with Bing, para o motor de busca da Microsoft, tendo ainda vencido na categoria Film Craft com o anúncio televisivo para a Puma, After Hours Athlete. . De Cannes o criativo traz ainda na memória o caso do chocolate romeno Rom, "pela coragem que o cliente demonstrou", mas também outros trabalhos criativos como o HomePlus Subway Virtual Store, da Coreia do Sul, "por ter extrapolado os limites da publicidade e criado um novo modelo de negócio". "Mas o meu destaque vai para a organização do festival que, num ano de crise, por via dos seminários, workshops e da multiplicação de categorias, conseguiu a maior afluência (logo, facturação) de sempre", sintetiza o profissional. . O cruzamente entre a criatividade e a tecnologia, bem como dos diversos meios "e a importância de se potenciarem uns aos outros" é, na opinião de Nuno Jerónimo, a tendência que se consolidou nesta última edição do Cannes Lions. E exemplifica. "Veja-se o caso integrado do Write the future, da Nike, ou a forma como o caso da Old Spice, The man your man could smell like, voltou a ganhar um Ouro nos Cyber Lions, apenas pela forma como potenciou o fenómeno criado no ano passado", refere.