O sucesso da internacionalização das nossas empresas é fundamental para o futuro do país. É um objetivo que não se concretiza meramente por decreto. É fundamental que a nossa economia agarre a verdadeira aposta estratégica coletiva para os próximos anos. O que está verdadeiramente em causa em tudo isto é a assunção por parte do país dum verdadeiro desígnio estratégico de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento económico. Inovação, Qualidade e Valor são as palavras-chave de uma estratégia onde as boas práticas são centrais em termos de exemplo. A Corticeira Amorim é um desses exemplos e o seu sucesso uma referência para as nossas empresas..A abordagem dos mercados internacionais será cada vez mais um exercício inteligente, em que as empresas terão que fazer da inovação e qualidade os fatores de afirmação competitiva. António Rios Amorim, Presidente da Corticeira Amorim, em recente sessão de partilha e discussão com um grupo de gestores e académicos, mostrou como ao longo dos anos foi possível consolidar uma agenda de inovação estratégica da empresa a partir de uma gestão inteligente da sua cadeia de valor, desde a relação com a matéria prima - que tem uma gestão muito própria - até toda a agenda de abordagem dos múltiplos mercados cobertos pela oferta muito diversificados de produtos..A Inovação Aberta, que cada vez faz mais parte dos manuais de ensino de gestão, tem na Corticeira Amorim um lab único de demonstração da importância em envolver fornecedores, clientes e outros parceiros relevantes na definição das soluções de produtos e serviços mais adequadas às necessidades dos mercados. A diversificação e qualificação dos mercados que a empresa tem realizado ao longo dos anos com o seu processo aberto e participado de internacionalização permite desta forma a consolidação dos padrões de qualidade e valor percebidos e assumidos pelos clientes..Num tempo em que se volta a falar da prioridade de apostar numa verdadeira Marca Portugal, a Corticeira Amorim, que há dois anos cumpriu 150 anos de existência, faz da sustentabilidade um referencial claro de promoção da sua imagem e da forte ligação à natureza que a cortiça simboliza. Este é um tema decisivo, numa Europa e num Mundo onde o tema da valorização dos nossos recursos endógenos passou a estar na ordem do dia e em que a reputação da marca passa muito pelos sinais dados à comunidade de alinhamento corporativo com as grandes tendências da sociedade. Será muito com as Marcas de Portugal, como é a Corticeira Amorim, que será possível criar as condições para fazer da Marca Nação um enabler de modernidade estratégica para o futuro..Uma nota importante quanto ao sentido de inteligência coletiva que o exemplo da Corticeira Amorim encerra. Pelo profundo sentido de comunidade que a empresa há muitos anos desenvolve na sua zona de influência e junto das suas redes de cooperação empresarial, a Corticeira Amorim desde sempre fez da responsabilidade social e do valor partilhado fatores críticos de mobilização dos seus trabalhadores e famílias - bem como de todos os restantes parceiros intervenientes na cadeia de valor - para um sentido de pertença que corresponde a um propósito assumido e partilhado. Por isso o exemplo da Corticeira Amorim conta e deve ser uma referência nestes tempos incertos e complexos mas também desafiantes..(Nota: O autor escreve segundo o Antigo Acordo Ortográfico).Francisco Jaime Quesado, Economista e Gestor - Especialista em Inovação e Competitividade