O fator Praia da Luz

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O Porto sofreu nos últimos anos uma profunda mudança no seu modelo de oferta turística e os muitos espaços novos que têm surgido, da baixa mais tradicional a zonas mais novas como a Foz, são o exemplo dessa aposta em soluções que combinam qualidade da experiência com inovação de propostas. A Praia da Luz, junto amo mar, em pleno coração da Foz, gerida por Rui Couceiro, que tem atraído um número crescente de turistas, é um desses exemplos que importa destacar e que deve ser uma referência para o modelo de oferta na restauração um pouco por todo o país.

Os turistas privilegiam cada vez mais o efeito de demonstração de experiências de qualidade que permitam desfrutar de fatores de distinção como a identidade da gastronomia e a oferta de espaços inovadores e acolhedores. Os restaurantes têm sabido responder a esta procura cada vez mais exigente e diversificada e quer nas cidades quer nas zonas do interior as ofertas de qualidade têm surgido a um ritmo impressionante, potenciando uma resposta estruturada com efeitos positivos nas economias locais e na sua base económica. Importa por isso neste momento de mudança, e em linha com um benchmarking estratégico internacional inteligente, proceder a um reposicionamento da cadeia de valor da restauração, apoiada por uma cultura de inovação aberta e de inteligência coletiva reforçada e sustentada.

A forte concorrência internacional é um grande incentivo para uma melhoria progressiva do setor e são muitos os desafios que se colocam na preparação deste novo tempo que temos pela frente. Os restaurantes e espaços afins terão que se reposicionar para estar na linha da frente da capacidade competitiva de atração de clientes internacionais e nacionais. Conforme muitos exemplos já têm demonstrado, importa fazer um compromisso inteligente entre a proposta de soluções de oferta inovadora e a utilização do digital como um enabler de eficiência operacional.

O setor do turismo teve um crescimento exponencial nos últimos anos, representando já uma parte importante do PIB, com um contributo central em termos de emprego e de criação de capital social básico em várias regiões do país. Para além das fortes campanhas de promoção em mercados externos, o efeito da democratização do espaço aéreo – em particular com os fenómenos das low costs – e o desenvolvimento de uma imagem de marca do país – assente em tendências fortes como a da revista Monocle e outras afins – colocaram os nossos principais destinos nas grandes rotas internacionais.

As mudanças estratégicas ao nível do comportamento da oferta e da procura não se fazem por decreto. Assentam antes num processo colaborativo e participado de reforço de uma cultura digital e de promoção de uma agenda de inovação e valor capazes de mobilizar redes de conhecimento e de partilha de boas práticas. O turismo será cada vez mais um lab inteligente da economia competitiva em que todos acreditamos. Precisamos cada vez mais de exemplos de sucesso como a Praia da Luz.

Economista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade

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