O Encontro de São Martinho do Grupo de Conhecimento SHARING KNOWLEDGE, coordenado pelo Economista e Gestor Jaime Quesado, voltou a reunir nas Caves Ferreirinha, em Gaia, gestores e académicos para debater o tema muito atual do Futuro das Empresas. Nestes tempos incertos e complexos que estamos a viver as empresas enfrentam grandes desafios nagestão da sua cadeia de valor e da sua abordagem dos mercados, sendo imperativo apostar em novos modelos de gestão abertos, ágeis e participativos.
Coube ao Professor do INSEAD e antes gestor José Fernando Pinto dos Santos o enquadramento do tema, tendo desde logo colocado o foco na questão da organização empresarial. Ou seja, a tecnologia, o marketing e muitas outras questões associadas são cada vez mais relevantes, mas o que fará a diferença das empresas em termos do seu futuro será a qualidade da gestão e da sua organização. Para este reputado professor e investigador, este tema é incontornável e as empresas terão que encontrar novas soluções de governance e de cooperação nos seus ecossistemas que as habilite a ter novas respostas, mais rápidas e consistentes, para os novos desafios e os novos problemas que se colocam cada vez mais num contexto global incerto e fortemente competitivo.
Esta foi também a mensagem trazida pelos gestores de empresas presentes no painel que se seguiu - José Teixeira ( Grupo DST), Ana Tavares ( RDD Textiles) e Miguel Pinto ( Continental Automotive)., onde foram apresentadas visões complementares sobre os desafios que se colocam em fileiras diferentes e contextos de gestão variados. Sentido de propósito, gestão participativa, inovação colaborativa foram algumas das palavras chaves apresentadas nesta discussão, em que o CEO da DST deu nota do forte trabalho de mobilização interna que tem realizado junto das suas equipas trabalho, com ações inovadoras de co-criação com resultados muito positivos em termos de qualidade do ambiente da organização e do valor gerado.
O Investimento Direto Estrangeiro, pelo efeito de inovação e escala que mobiliza, terá - como muito bem referido por Miguel Pinto - um papel central na qualificação competitiva das empresas, em termos de modelos de governance e de capacidade de integração nas redes inteligentes de valor em termos internacionais. A estruturação de ecossistemas colaborativos entre empresas, universidades e centros de competência fará, nas palavras de
Ana Tavares, a diferença em empresas ligadas a setores tradicionais como o têxtil, em que a perceção das novas tendências e expectativas de mercados cada vez mais exigentes será um desafio para o futuro.
Em dia de São Martinho gestores a académicos marcaram presença nas Caves Ferreirinha para discutir o futuro as empresas. O futuro das empresas não se determina por decreto mas depende de uma agenda clara de todos aqueles que têm a oportunidade e capacidade de contribuir para que o propósito empresarial seja entendido e cumprido na organização mais adequada para a geração de valor interno e para a comunidade.
Economista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade