Perante a notícia dos dias muitos frios que estão para chegar conversava com outras mães sobre o desafio de manter uma casa quente no inverno. Isto quando éramos solteiras e independentes não nos preocupava tanto, mais um edredom, mais umas meias, e apesar de acordarmos com o nariz gelado, a coisa fazia-se. Agora, com miúdos pequenos, a questão nem é como manter uma temperatura superior a 20 graus dentro de casa - e garantir alguma qualidade de vida- mas sim como fazê-lo sem ir à falência..Em jeito de desejo "quando ganhar o Euromilhões" desabafei que sonhava com uma casa com chão radiante, como aquela casa em que fiquei quando fui a Copenhaga. Fiquem a saber que é o sistema de climatização mais saudável porque obedece ao princípio “pés quentes e cabeça fria” (as coisas que uma pessoa aprende). "Demasiado caro de instalar e de pagar todos os meses", respondeu-me uma amiga enquanto partilhava o desespero com o aumento da conta da electricidade quando deixava o aquecimento central ligado..“Estás cheia de sorte porque eu não tenho disso”, ando um verão inteiro a poupar para poder ligar dois aquecedores a óleo e a máquina de secar roupa quando chove durante muitos dias seguidos. Com as manias das poupanças passo estes meses a maldizer a opção de ter um termoacumulador mínimo em que um banho quente dura apenas cinco minutos, sendo os últimos dois já adjetivados como tépidos. Quando os meus filhos tomam banho desloco o aquecedor do corredor para a casa de banho e aqueço os pijama e as meias exatamente como o meu pai me fazia. Na hora de ir para a cama cada um tem um saco de sementes que custam apenas dois minutos de micro-ondas..E assim regresso ao sonho de andar descalça em casa sempre com os pés quentinhos e uma confortável temperatura ambiente. A conclusão é fácil, mas não tão poupada quanto desejaríamos: deixar o frio à porta de casa é um luxo. E eu acho que devia ser um direito.