O país caçula da CPLP

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O último país a entrar na comunidade CPLP, em 2014, o 9.o Estado-membro de pleno direito, foi a Guiné Equatorial. E são muitos os que desconhecem a verdadeira ligação deste país à comunidade dos falantes da língua portuguesa.

A Guiné Equatorial esteve ligada a Portugal durante cerca de 307 anos, após sua descoberta por navegadores portugueses comandados por Fernão do Pó, em 1471 - os primeiros europeus a chegar à ilha de Bioco, quando procuravam a rota para a Índia. Apenas em 1778, após os dois tratados, de Santo Ildefonso e de El Pardo, as ilhas foram cedidas por Portugal a Espanha, em troca de receber garantias de paz nos locais estratégicos da América do Sul, bem como da retirada espanhola da Ilha de Santa Catarina.

Assim, a ocupação do território por parte de Espanha acontece por cerca de 200 anos, com o país a herdar então a sua língua e as suas leis. Em 1968, torna-se enfim um país independente, a Guiné Equatorial.

A entrada da Guiné Equatorial, em 2014, na comunidade CPLP acontece na X Cimeira de Díli por consenso dos oito países-membros. Mas na realidade apenas aconteceu um regresso às origens da primeira língua estrangeira que o descobriu, o português.
Atualmente, a Guiné Equatorial tornou-se um dos maiores produtores de petróleo da África Subsariana. É o país com o maior Produto Interno Bruto per capita do continente africano, e o 69.o do mundo, o mais seguro da África Ocidental.

Estamos a falar de um país com inestimável potencial em variadíssimos setores, nomeadamente no turismo, no agroalimentar, no petróleo e gás, entre outros. Onde a Confederação Empresarial da CPLP, governo e parceiros estamos a trabalhar para a criação de uma Zona Especial e Industrial com vantagens fiscais, para que as empresas e suas indústrias possam usufruir de excelentes condições de transações comerciais e exportação para novos mercados.

O nível de infraestruturas é francamente superior à maioria dos países africanos.
Tive a oportunidade e o privilégio de visitar várias vezes a Guiné Equatorial, sendo a última no âmbito da semana cultural que coincidiu com o 5 de maio, Dia da Língua Portuguesa.
Cada vez que visito o país, traduz-se numa nova oportunidade de conhecer cada vez melhor a história, as pessoas a vontade de crescer e fazer muito mais.

Ao nível empresarial tem um potencial gigante, pelo que aconselho vivamente os empresários que procuram expandir o seu mercado que visitem a Guiné Equatorial, pois só conhecendo e vivenciando a sua história se pode avaliar e perceber efetivamente o que o país tem para oferecer.
Das deliciosas frutas, ao café e chocolate, passando pelos demais gostos e sabores da culinária, a desfrutar das praias paradisíacas que compõem o cenário do caçula da CPLP. Um Estado-membro de pleno direito e deveres iguais aos restantes que compõem a organização.

Dentro da autenticidade e diversidade de cada um, a nossa comunidade afirma-se como tal "COMUNIDADE CPLP", ao consolidar a união, a integração, a proteção de todos, com total firmeza no cumprimento dos objetivos comuns que se traduzem no fortalecimento da língua portuguesa, na cultura, na diplomacia e no desenvolvimento económico do bloco.
Uma comunidade de todos, a nossa comunidade CPLP.

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