O nome parece que uma operação especial de intervenção militar mas na verdade trata-se de um mecanismo financeiro para baixar as taxas de juro de longo prazo. A "Operação Twist" não é novidade nas terras do Tio Sam. A administração de Obama recorreu aos anos 60 e copiou um modelo da altura de John Kennedy, de forma a alterar o portefólio de títulos do Tesouro norte-americano.
A inspiração do nome vem da famosa dança twist, muito popular na década de 1960. O Nobel James Tobin e a Fed resolveram naquela altura adoptar o nome, numa operação que viria depois a ser anunciada pelo recém-eleito John Kennedy, em 1961.
A "Operação Twist" inicial tinha como grande objectivo baixar as taxas de juro de longo prazo e manter, ou subir, as taxas de curto prazo. Na altura os Estados Unidos viviam um período de recessão e as curvas das taxas de juro ('yields') viviam num verdadeiro 'twist'.Com a operação pretendia-se que a descida taxas de juro de longo prazo estimulasse o investimento interno, e seria o ponto de viragem para a saída da recessão, enquanto a subida das taxas de curto prazo atrairia investimento estrangeiro. A par disso seria possível travar a fuga de ouro para a Europa. Recorde-se que, na altura, o valor do dólar estava indexado ao ouro.
A conhecida "Operação Twist" da década de 60 viria a ser um falhanço e foi abandonada em 1965. O receio dos economistas e dos mercados é que a mais recente "Operação Twist" anunciada pela Administração de Obama venha a seguir o mesmo caminho do insucesso.
O que a Reserva Federal anunciou ontem segue o mesmo princípio. Ou seja, a venda de títulos do Tesouro de curto prazo, a 3 anos ou menos, para a compra de títulos do Tesouro norte-americano de longo prazo, com maturidades entre 6 a 30 anos. Esta operação, no valor de 400 mil milhões de dólares (cerca de 297 mil milhões de euros), deverá estar estar concluída em Junho de 2012.