“O Super Bock Group não é uma empresa arrivista. Privilegiamos o médio e longo prazo”

INVESTIMENTO. O CEO do Super Bock Group promete manter o ritmo “em velocidade cruzeiro”. Ontem, Rui Lopes Ferreira assinalou os 100 anos da Empresa das Águas de Castelo de Vide com promessa de investir 10 milhões na região até 2030.
O primeiro-ministro foi um dos convidados da cerimónia em Castelo de Vide
O primeiro-ministro foi um dos convidados da cerimónia em Castelo de VideFrederico Carvalho
Publicado a

O Super Bock Group vai investir 10 milhões de euros até 2030 para “aumentar a eficiência operacional e a sustentabilidade ambiental” dos centros de captação e enchimento de Vitalis, a marca de água mineral da empresa. Destes, dois milhões foram já aplicados na modernização dos equipamentos, melhoria das instalações e na criação de uma nova estação de tratamento de água industrial em Castelo de Vide. Na última década, o investimento do grupo totalizou 600 milhões de euros e é “sinónimo do nosso compromisso com o país”, diz o CEO do grupo.

Rui Lopes Ferreira falou ao Diário de Notícias à margem da sessão assinalou os 100 anos da fundação da Empresa das Águas Alcalinas Medicinais de Castelo de Vide, que o Super Bock Group (SBG)  comprou em 1971 e transformou no atual centro de captação e enchimento de Vitalis, em Castelo de Vide. “Estamos a celebrar a longevidade de uma empresa centenária,  mas que se mantém atual, na qual estamos a investir e com a qual continuamos comprometidos”, diz Rui Lopes Ferreira, sublinhando que o SBG “não é uma empresa arrivista, que privilegia o curto prazo, privilegiamos o médio e longo prazo e esperamos ter um contributo positivo para a sociedade e para o planeta”.

Assim, desde 2010, e “fruto do investimento continuado” nesta unidade fabril, em Castelo de Vide, os consumos específicos de água já foram reduzidos em 66% e os de energia elétrica em 27%. Já as emissões de gases com efeito de estufa foram reduzidas em 55%, especificou.

Recorde-se que o grupo anunciou, em 2022, a intenção de atingir a neutralidade carbónica até 2030, através, entre outras medidas, da instalação de 28 mil painéis solares nas várias estruturas industriais que tem pelo país, numa área total de mais de 60 mil metros quadrados, o equivalente a seis campos de futebol. Um projeto que permitirá ao grupo produzir mais de 16 mil megawatts por ano, sendo que 62% da eletricidade se destina a uso próprio e 38%deverá ser cedido à comunidade. 

E Castelo de Vide recebeu já 1460 destes painéis, permitindo criar a primeira das seis comunidades de energia que o Super Bock Group está a implementar, em parceria com a Greenvolt, com capacidade para abastecer até 450 famílias. Quando concluído, o projeto total deverá fornecer cerca de 10 mil lares.

“Com este investimento ambicionamos melhorar a eficiência operacional, mas também a sustentabilidade ambiental das nossos centros de produção”, refere o CEO do grupo, lembrando que, para impulsionar o negócio “é vital sermos cada vez mais eficientes, produtivos e competitivos”. O investimento não tem impacto ao nível do emprego, mantendo-se os 38 postos de trabalho em Castelo de Vide, mais os sete prestadores de serviços locais. 

As águas lisas valem apenas 5% das vendas totais do Super Bock Group, em valor, mas são vistas como um negócio core. Até porque estamos a falar de "muitos, muitos milhões de litros de água", mas que têm um valor unitário relativamente baixo, daí o seu peso não ir além dos 5%. “A nossa estratégia é continuar a valorizar a categoria [das águas lisas], um recurso natural que faz parte do bem-estar de toda a população, mas assegurando sempre o seu desenvolvimento sustentável, de forma a não onerarmos ainda mais o planeta”, explica.

A nova estação de tratamento de água industrial  é uma peça determinante nesta preservação dos recursos.
“Queremos defender o nosso impacto ambiental, mas fazê-lo de forma eficiente.Não há sustentabilidade ambiental sem sustentabilidade financeira, e social, pelo que a preocupação que temos é que todos estes investimentos, além de trazerem um upgrade do ponto de vista de impacto na nossa pegada de carbono, tragam também um impacto positivo na nossa eficiência e na nossa produtividade”, frisa.

O grupo, presente em mais de 50 países, fechou 2023 com mais de 1300 trabalhadores e vendas totais de 582 milhões de euros (+7,2% que em 2022) divididos pelas suas 30 marcas de bebidas. Para este ano, Rui Lopes Ferreira aponta para um “ligeiro crescimento, mas nada de extraordinário”. E mais não diz.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt