
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está mais otimista sobre a economia portuguesa e reviu hoje em alta a previsão de crescimento para 1,7% este ano – que compara com os 1,6% anteriormente indicados em maio. A instituição aponta ainda para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% em 2025 e 2026.
Ainda assim, as previsões da organização estão ainda abaixo das do Governo que estima um crescimento da economia nacional a atingir 1,8% em 2024 e de 2,1% no próximo ano.
No relatório Economic Outlook, a OCDE explica que a queda da inflação está a apoiar o crescimento dos salários reais e o consumo privado. Já a aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), destaca, deverá contribuir para aumentar ainda mais o investimento e o consumo público no próximo ano.
"A aplicação do PRR, bem como as reduções dos impostos sobre as famílias e as empresas, aumentarão a procura interna, enquanto os excedentes orçamentais sustentados farão baixar a dívida pública para 89,3% do PIB em 2026", refere.
A organização com sede em Paris estima ainda que a taxa de inflação mantenha uma trajetória mais lenta, atingindo os 2,7% este, recuando para 2,2% em 2025 e para 2,1% em 2026. No último relatório de maio, a organização tinha previsto uma inflação de 2,4% em 2024 e 2% em 2025.
"A atividade será igualmente apoiada pelo aumento dos desembolsos dos empréstimos do PRR, pelo aumento dos salários públicos, pela indexação das prestações de reforma, por uma nova redução do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e por cortes nos impostos sobre as empresas".
A OCDE estima ainda que as despesas provenientes das subvenções do PRR aumentem de 1,3% do PIB em 2024 para 1,6% em 2025 e 1,7% em 2026, impulsionando o investimento e o consumo público, sem afetar o equilíbrio orçamental.
No relatório, a OCDE deixa ainda recomendações. "O crescimento sustentado da produtividade, o aumento do emprego e uma maior eficiência das despesas públicas são necessários para fazer face ao rápido envelhecimento da população e às necessidades significativas de investimento, nomeadamente em capital humano", alerta.
Também o reforço da tributação ambiental e da propriedade, "protegendo simultaneamente os grupos vulneráveis", é outra das recomendações da instituição no sentido de atingir "objetivos climáticos ambiciosos" permitindo reduzir os impostos sobre os trabalhadores com baixos salários.