Portugal está dentro da média dos países da OCDE quanto à esperança de vida e até consegue superar a média quanto a gastos com saúde: 10,7% do PIB, por comparação com 9,5% do PIB da média da OCDE. Só que isto não se traduz num gasto por pessoa ao mesmo nível: na OCDE, a média por pessoa foi de 3.268 dólares (2.526 euros), ao passo que, em Portugal, a mesma média se fica por 2.728 dólares (2.109 euros) por pessoa. Além disso, estamos entre os países onde menos gente diz gozar de "boa saúde", segundo o índice de qualidade de vida da OCDE.
"Entre 2000 e 2009, o total de gastos com saúde em Portugal aumentou em termos reais cerca de 2,3% por ano, uma taxa mais lenta do que a média de 4,7% da OCDE", nota o índice de qualidade de vida da OCDE.
O consumo de tabaco é considerado neste item do índice da OCDE e Portugal está abaixo da média: cerca de 18,6% dos adultos fumam diariamente, o que compara com a média de 21,1% da OCDE. Nos dois extremos dos países da OCDE encontram-se o México (só 13% fuma) e a Suécia (14% fuma) e a Grécia (32% fuma).
A obesidade é outro fator importante e Portugal também está abaixo da média da OCDE: aqui, só 15,4% dos adultos sofrem de obesidade, em comparação com 17,8% na OCDE, onde a obesidade mais do que duplicou nos últimos 20 anos. Aliás, em 21 dos 34 países da OCDE analisados, mais de 50% da população adulta dos países da OCDE sofre de obesidade, com especial prevalência no México e nos EUA (mais de 30%) e menor incidência no Japão e na Coreia do Sul (cerca de 4%).
Quanto à saúde dos portugueses, 49% considera ter uma "saúde boa", o que é bastante abaixo dos 69% que dizem gozar de boa saúde na OCDE. Portugal não foge à "regra" nos restantes países da OCDE, onde os homens dizem gozar de boa saúde (55%), mais do que as mulheres (44%). Também são os 20% com mais rendimentos que dizem gozar de saúde boa ou muito boa (65%), mais do que os 20% com menores rendimentos, onde só 39% avalia o seu estado de saúde nos mesmos termos.
Noutros países da OCDE, esta auto-avaliação de saúde também varia entre extremos, como nos EUA, onde 90% da população diz gozar de boa saúde, e o Japão, a Coreia do Sul e Portugal, com menos de 50% a sentir-se bem.