OE2024: CPPME pede alteração profunda de políticas fiscais e económicas

Proposta da CIP, de pagamento voluntário do 15º mês, sem tributação, "é completamente fora de contexto" uma vez que iria prejudicar no futuro tanto empresas como trabalhadores, por não descontarem para a Segurança Social, diz a Confederação das Micro, Pequenas e Médias Empresas
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A Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) apresentou as suas propostas ao Governo para o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), pedindo uma "alteração profunda das políticas económicas, fiscais e de crédito" no setor.

"As nossas propostas têm um significado sem grande custo para o Estado, mas são de enorme importância para as micro, pequenas e médias empresas (MPME), que são 99% do tecido empresarial", disse à Lusa o presidente da confederação, Jorge Pisco, após uma reunião com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, sobre o OE2024.

Já sobre a proposta apresentada pela CIP - Confederação Empresarial de Portugal, de pagamento voluntário do 15º mês, sem tributação, Jorge Pisco considerou que a medida "é uma falácia", face às dificuldades de tesouraria das MPME.

Além disso, acrescentou, a proposta da CIP "é completamente fora de contexto" uma vez que iria prejudicar no futuro tanto empresas como trabalhadores, por não descontarem para a Segurança Social.

Considerando que "o tecido empresarial português necessita de uma alteração profunda das políticas económicas, fiscais e de crédito", Jorge Pisco salientou a importância de Governo dar "um sinal nesse sentido".

Entre as medidas defendidas pela CPPME está a redução dos custos fixos e de contexto, nomeadamente da energia, comunicações, telecomunicações, seguros, água e outros, bem como a redução do IVA de 23% para 21% e a descida deste imposto na restauração de 13% para 6%.

A confederação propõe ainda a isenção de tributação autónoma para a primeira viatura das micro e pequenas empresas e sugere que seja feita uma análise e revisão das taxas aplicadas, "extinguindo algumas e diminuindo as percentagens aplicáveis noutras".

A garantia de acesso aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com menor burocracia, é outra das exigências.

Na área da Segurança Social, a CPPME quer o "reforço do apoio social aos gerentes e sócios-gerentes das MPME", exigindo a reforma sem penalizações aos que têm carreira contributiva mínima de 40 anos, sem a obrigatoriedade de suspender a função de sócio-gerente.

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