O presidente da CIP acusou o líder do PS de ser "radicalmente" contra a descida do IRC e o ministro da Agricultura considerou que o pensamento de Pedro Nuno santos é de um "radical" próximo da extrema-esquerda..A abertura do Congresso da FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, hoje em Lisboa, contou com a presença do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, e do presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, que partilharam a ideia de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ser um radical no que concerne ao IRC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas).."A CIP não entra na discussão partidária, mas preocupa-me quando o líder de um partido estabelece como princípio orientador da sua base programática ser radicalmente contra descida do imposto sobre as empresas", disse Armindo Monteiro, na sua intervenção..O presidente da CIP afirmou que, mais do que o custo, é uma questão de apoio às empresas, de as valorizar, defender a redução desse imposto.."Não é possível compatibilizar o princípio de 'nós apoiamos as empresas' com o ser radicalmente contra a redução em qualquer formato da sua tributação", acrescentou o presidente da confederação patronal..A intervenção seguinte foi do ministro da Agricultura e Pescas, que partilhou a ideia de radicalismo.."Felizmente temos um primeiro-ministro [Luís Montenegro, PSD] que conhece Portugal, que está altamente preparado e não é condicionado por radicalismo. Peço desculpa, mas quem considera que o IRC não se pode descer quando é alto, é evidente que quem tenha este pensamento é um radical que está mais próximo que eu denomino como radicais e extremistas de esquerda e que não é moderado", afirmou José Manuel Fernandes..O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, tem dito que rejeita o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) com as alterações ao IRS e IRC propostas pelo Governo e que não aceita “nem nenhuma modelação” dessas mesmas medidas porque estas “são más” e nem isso as tornaria boas..Os socialistas, segundo o seu líder, não podem aceitar "duas medidas que teriam impacto estrutural e permanente"..O Governo defende uma redução gradual do IRC até final da legislatura de 21 para 15%..Ainda sobre o Orçamento do Estado para 2025 e as discussões em torno da sua viabilização, Armindo Monteiro considerou "muito preocupante" a hipótese de o país ficar a ser governado em duodécimos, mas disse ser "pior ainda ter de antecipar eleições".."[Ambas as situações] criariam um ambiente pouco propício à superação dos desafios que Portugal enfrenta", afirmou..Sobre aumentos salariais, o presidente da CIP afirmou que as empresas querem fazer aumentos mas que para isso precisam de criar mais riqueza, ser mais competitivas e produtivas.."Não podemos continuar nesta espécie de milagre económico português que é distribuir o que não se cria. É importante primeiro criarmos", disse, defendendo que uma política demasiado expansionista dos salários pode ter efeitos perversos, como destruição de empregos..A proposta de Orçamento do Estado para 2025 tem de dar entrada na Assembleia da República até 10 de outubro e tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP (partidos que suportam o executivo) somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento.