Offcoustic. Cabines acústicas para escritórios onde falta privacidade

Startup portuguesa iniciou expansão para Espanha depois de uma ronda de investimento <em>seed </em>liderada pela Stake Ventures, com participação de dois <em>business angels</em>.
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A falta de espaços adequados para realizar reuniões e chamadas no escritório tornou-se um desafio, mas nem sempre as soluções disponíveis se revelavam acessíveis às empresas, particularmente às de menor dimensão. Uma cabine acústica, em versão individual, pode custar entre cinco e 11 mil euros, mas a Offcoustic - startup fundada em 2020 -, criou uma oferta com base num modelo de subscrição, permitindo às empresas adquirir a sua própria cabine a partir de 120 euros mensais.

Rodrigo Pessoa Jorge trabalhou, durante quatro anos, numa startup tecnológica em Lisboa e foi aí que se deparou com um desafio constante: a falta de locais adequados para reuniões num escritório de espaço aberto.

Determinado a resolver o problema da falta de privacidade no trabalho, lançou-se na busca por soluções eficientes. Assim, percebeu que as cabines acústicas eram uma solução boa, mas dispendiosa o que o levou a juntar uma equipa de profissionais que se empenhou em criar uma solução "acessível e eficiente", começa por explicar o também CEO da Offcoustic.

"As cabines acústicas são pequenas salas de reunião, fáceis de montar e desmontar, e as versões mais pequenas ocupam um metro quadrado", explica. Os pequenos espaços de trabalho, contam com iluminação própria, ventilação, uma mesa e vêm em vários modelos e cores, podendo ser adaptados a qualquer escritório.

Através do modelo de subscrição, que veio permitir que as empresas possam adquirir a sua própria cabine realizando pagamentos mensais, é possível adquirir cabines individuais reutilizadas por 120 euros por mês ou unidades novas por 150 euros mensais.

Existem também unidades com capacidade para duas pessoas, com preços que começam nos 220 euros mensais. De produção 100% portuguesa, as cabines são feitas à base de lã de rocha e feltro, materiais indicados para isolar as frequências de som.

Apesar de se tratar de materiais "bastante ecológicos", a empresa está, neste momento, à procura de soluções mais sustentáveis. "Queremos ser o mais sustentáveis possível, mas temos descoberto que é bem mais difícil do que parece", afiança o CEO, sublinhando que a mais recente aposta tem sido num novo material "que duplica a durabilidade e que é reutilizável, mas que tem uma base de plástico". No entanto, e para compensar, por cada unidade fabricada são plantadas 100 árvores.

Com uma carteira de clientes bastante desenvolvida, onde figuram nomes como a CUF, REN, Santander, Sonae e startups como a Pleez ou a Bloq.it, a Offcoustic tem obtido feedback "muito positivo" relativamente às suas soluções.

De acordo com o CEO, a tendência para este ano é de crescimento, prevendo, no mínimo, "duplicar as receitas de 2022". Só nos primeiros seis meses do ano, foram vendidas 100 cabines acústicas. A empresa espera, em 2023, prosseguir no caminho de expansão do negócio, designadamente dando o salto para Espanha.

Através de uma ronda de investimento seed, liderada pela Stake Ventures e com a participação de outros dois business angels, a Offcoustic arrancou com a expansão para o país vizinho, onde já tinha projetos, tendo contratado a primeira pessoa a tempo inteiro para o mercado espanhol, onde continuará a investir nos próximos meses.

"Esta ronda de investimento serviu para trazer novos sócios com experiência nas próximas fases de crescimento", afirma Rodrigo Pessoa Jorge, sublinhando que a internacionalização tem sido "natural e gradual".

Embora não tenha sido revelado o valor captado pela Offcoustic nesta ronda de investimento, particularmente porque a empresa acredita que "os valores das rondas têm mais destaque do que merecem", é expectável que o montante seja também utilizado para a expansão para outros mercados.

Além do crescimento do negócio além-fronteiras, a startup lusa prevê, ainda, aumentar a equipa de oito para dez pessoas até ao final deste ano. No entanto, o CEO sublinha a possibilidade "alta" de a equipa crescer para as 30 pessoas, num espaço de 18 meses.

Para objetivo futuro, fica a vontade de criar a "maior rede de cabines acústicas em modelo de subscrição da Europa", continuar a apostar na diferenciação dos produtos, lançar novas funcionalidades e reduzir os prazos de entrega, com base num modelo circular assente "numa cultura de empresa moderna, eficaz e 100% flexível".

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