A Oi não exclui das negociações com os credores que tem a decorrer com a Moelis qualquer tipo de credor, incluindo os detentores de dívidas de retalho, comunicou a operadora brasileira, na qual a Pharol tem 27,5%, ao mercado.
A companhia reagia assim a notícias veiculadas na imprensa portuguesa dando conta de que as dívidas de retalho estavam fora do processo de negociação de dívida. "Não há, até o momento, qualquer definição junto aos titulares de bonds, de proposta a ser implementada com relação à negociação da dívida financeira da companhia", diz a Oi. Assim sendo, a Oi "nega igualmente qualquer afirmativa no sentido da exclusão de qualquer tipo de credores dessa negociação, designadamente, os titulares de retail bonds".
Na passada terça-feira, à margem da assembleia geral da Pharol, Luís Palha da Silva, CEO da empresa que é a maior acionista da Oi, adiantou sobre as negociações em curso com os credores que não há nenhuma decisão sobre a reestruturação da dívida. E quando questionado se as obrigações do retalho estão incluídas nestas negociações, Palha da Silva escusou-se a entrar em pormenores, dizendo apenas que, o consultor da Oi [Moelis Company] "não tem abrangido na sua ação nenhuma negociação em especial à volta das obrigações do retalho."
"O que está a ser analisado com os credores pelo consultor da Oi são diferentes cenários de evolução do balanço da Oi consoante as atitudes de cada um dos 'stakeholders' [partes envolvidas] da empresa", disse.
Na terça-feira, a Oi já tinha reagido a notícias no Brasil que davam conta que a empresa se preparava para entregar 95% das ações aos credores em troca de dívida. Cenário que a Oi negou frisando que não há nenhum modelo ainda fechado.
A Oi fechou março com uma dívida líquida de 40,8 mil milhões de reais, ou seja, cerca de 10,3 mil milhões de euros. Ao final do primeiro trimestre, a parcela da dívida em moeda estrangeira representava 78,8% do total da dívida contratada. No mercado, depois do fundo Letter One ter abandonado a proposta de injetar até 4 mil milhões de dólares na Oi, dependente de uma fusão com a TIM que caiu por terra, crescem os receios de que a Oi entre em incumprimento. Até março, a Oi tinha em caixa 8,5 mil milhões de reais (2,2 mil milhões de euros).
O reembolso da emissão de 400 milhões feita em 2012 pela PT, na época liderada por Zeinal Bava, e subscrita por pequenos investidores deverá ser feito em julho. A oferta tinha um valor inicial de 250 milhões, mas a companhia aumentou o montante para 400 milhões, tornando-a na data a maior oferta de obrigações para o retalho. Ainda assim, a procura pelas obrigações da operadora superou em 22,5% a oferta. Foram 19.576 os investidores que compraram dívida da PT, segundo revelou a empresa em comunicado. A maior fatia (97%) foi colocada junto a investidores residentes em Portugal.
BES, BPI, BCP, Caixa Geral de Depósitos e Barclays foram as entidades colocadoras deste produto financeiro.