O número de desempregados na Alemanha baixou em 2012 para uma média de 2,897 milhões de pessoas e uma taxa de 6,8%, face aos 7,1% registados no ano anterior, anunciou hoje a Agência Federal de Emprego.
Trata-se do índice de desemprego mais baixo dos últimos 20 anos na Alemanha, sublinhou a agência, apesar de destacar o "ligeiro aumento" em 88 mil pessoas desempregadas em dezembro, correspondente a uma taxa de 6,7%, face aos 6,6% registados no mesmo mês de 2011.
"O mercado laboral reagiu de uma forma robusta no final do ano face às turbulências económicas", destacou o presidente da Agência Federal de Emprego, Frank-Jürgen Weise.
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Questão: Sou recém-licenciado em Engenharia Informática e pretendo
emigrar para a Alemanha ou Noruega. Como descobrir o "nível de
xenofobia" de uma determinada região? Adrião
Neves
Resposta: Segundo as contas das Nações Unidas, a
Alemanha é o terceiro recetor de imigrantes no mundo e cerca de 7
milhões de estrangeiros (excluindo descendentes ou
naturalizados) vivem no país. A esmagadora maioria vive no Leste
alemão e a maior concentração está em Berlim, cidade
multicultural por excelência. No entanto, isto serve apenas para
lhe dar uma ideia do tecido social alemão: emigrar é deparar-se com
realidades muito diferentes. Por exemplo, o desemprego entre
imigrantes na Alemanha é muito mais alto do que entre nativos. Em 2007,
a OCDE publicou um estudo sobre este tema, em que chama atenção para o problema,
contrapondo países como Portugal e Grécia, em que a nacionalidade
não é tão significativa, com países como a Alemanha e a Noruega, onde o desemprego duplicava entre imigrantes.
Porém, ainda que seja tentador tirar conclusões, estes números não refletem mais ou
menos xenofobia. Recorde que, tradicionalmente, a população local é
muito mais formada do que a das populações imigrantes e à partida
mais capaz de desempenhar funções especializadas.
Como Engenheiro
Informático, deve avaliar em que regiões pode competir com outros
candidatos. Por exemplo, Berlim é uma das cidades mais inclusivas do
mundo, mas tem uma grande taxa de desemprego e os europeus, formados
ou não, têm muitas vezes que desempenhar funções abaixo das suas
qualificações. Por outro lado, em Frankfurt 30% da população é
estrangeira e como a maioria trabalha em multinacionais do sector
financeiro, vêm já com o emprego garantido.
Para ter uma ideia do
dinamismo de cada cidade pode pesquisar o Xpatjobs, uma espécie de rede de empregos entre
estrangeiros na Alemanha - a maioria está relacionada
com IT e informática. Se cruzar português e IT encontra mais de 500
resultados.
Na Noruega a imigração é menor, menos dispersa e tende a
concentrar-se nas grandes cidades. Oslo, com 27% de população
estrangeira, é, segundo a agência Reuters, a cidade europeia que
mais cresce em termos populacionais devido à chegada de novos
imigrantes. Para saber mais sobre o mercado de trabalho norueguês e
as especificidades de cada região pode também contactar a agência
da rede EURES para a Noruega.
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