Anacom: Operadores de telecom fizeram 31 subidas de preços num ano

Entre janeiro e julho, preços em Portugal subiram 1,9%, diz o regulador. Apritel garante que somos o segundo país onde mais caíram.
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Entre julho de 2020 e julho deste ano, os operadores de telecomunicações fizeram 31 aumentos de preços de serviços e apenas três diminuições. Esta é uma das conclusões do relatório "Evolução dos preços das telecomunicações" divulgado ontem pela Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações.

Os operadores, representados pela Apritel - Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas, têm uma posição diferente da Anacom, sustentando que Portugal lidera nos preços que mais baixaram na Europa, no último ano.

Segundo a Anacom, a Meo, do grupo Altice, a NOS e a Nowo aumentaram a mensalidade em oito serviços e a Vodafone em sete. As três descidas de preços foram efetuadas por Meo, NOS e Vodafone.

"Destacam-se, em particular, os aumentos das mensalidades das ofertas 3P (triple play) de Meo, NOS e Vodafone ocorrido em outubro e novembro de 2020 e das ofertas 4P e 5P (quadruple e quintuple play) de Meo, NOS e Vodafone ocorrido em maio e junho de 2021", frisou o regulador.

Segundo o relatório, "em julho, as mensalidades mínimas são oferecidas pela Nowo em sete casos de um leque de 13 serviços/ofertas, enquanto a Meo, a Vodafone e a NOS apresentaram as mensalidades mais baixas para quatro, dois e um tipo de serviços/ofertas, respetivamente".

A Anacom lembrou que, em maio passado, a Lycamobile lançou uma oferta de serviços móveis com uma mensalidade de 15 euros, com 20 GB de tráfego de dados móveis e mil minutos de voz ou mil SMS. A oferta "fica ainda aquém dos valores praticados por este mesmo prestador noutros mercados, mas é bastante atrativa face às ofertas dos principais prestadores em Portugal".

No geral, em julho de 2021, os preços das telecomunicações aumentaram 1,3% face ao mesmo mês do ano passado. Desde o início deste ano, o aumento já vai em 1,9%, "devido ao crescimento das mensalidades das ofertas em pacote" disponibilizadas pelos operadores. O aumento dos preços registado no acumulado do ano de 2021 supera em 0,5 pontos percentuais o Índice de Preços no Consumidor (IPC), adiantou a Anacom.

"Em julho de 2021, os preços das telecomunicações, medidos através do subíndice do IPC, aumentaram 0,3% face ao mês anterior devido a alterações de algumas ofertas em pacote", adiantou.

A Anacom salientou que, em julho, "a taxa de variação média dos preços das telecomunicações em Portugal foi inferior à verificada na União Europeia (UE)[-0,5 p.p.], correspondendo à 15.ª taxa de variação média mais elevada dos últimos 12 meses entre os países da UE".
Segundo o regulador, entre o fim de 2009 e julho de 2021, os preços das telecomunicações aumentaram 8,4% em Portugal e caíram 22,1% em França, 17,1% em Itália e 8,7% em Espanha.

Apritel contesta
A Apritel garante que os números do regulador não dão o retrato completo e que Portugal até é o segundo país onde os preços mais baixaram nos 12 meses anteriores, no caso dos pacotes utilizados por 88% das famílias. A descida foi de 2,5%, frisa, citando dados do gabinete europeu de estatísticas, o Eurostat, relativos a abril. A associação observa que os números "demonstram mais uma vez a forte dinâmica competitiva do mercado português de comunicações eletrónicas". Segundo a Apritel, olhando para os últimos 12 meses, a competitividade do setor nacional foi reforçada: "Em média, o índice de preços reduziu-se 0,9% enquanto na UE27 desceu 0,2%."

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