Portugal vai ter que apostar muito rapidamente na implantação de uma verdadeira Economia da Competência como resposta à presente crise. Discutir e avaliar hoje a dimensão estrutural da aposta da transformação de Portugal numa verdadeira Economia da Competência é de forma clara antecipar com sentido de realismo um conjunto de compromissos que teremos que ser capazes de fazer para garantir o papel do nosso país num quadro competitivo complexo mas ao mesmo tempo altamente desafiante. Uma Economia da Competência é um dos factores centrais para dinamizar novas soluções estratégicas para a nossa economia e sociedade, num tempo global complexo e exigente que esta crise veio acelerar.Tem que se ser capaz reforçar junto dos jovens uma capacidade endógena de reação empreendedora perante os desafios de mudança suscitados pela sociedade em rede; os instrumentos de modernidade protagonizados pelas TIC são essenciais para se desenvolverem mecanismos autosustentados de adaptação permanente às diferentes solicitações que a globalização das ideias e dos negócios impõe. Esta nova dimensão da educação configura desta forma uma abordagem proactiva da sociedade abordar a sua própria evolução de sustentabilidade estratégica e a crise que estamos a viver veio tornar clara a necessidade de também nesta matéria sermos competentes em termos de uma nova visão para o futuro.Os “Centros de Competência” do país (Empresas, Universidades, Centros de I&D) têm que ser “orientados” para o valor. O seu objetivo tem que ser o de induzir de forma efetiva a criação, produção e sobretudo comercialização nos circuitos internacionais de produtos e serviços com valor acrescentado susceptíveis de endogeneizar massa crítica no país. Só assim a lição de Porter entra em acção. A internalização e adopção por parte dos “atores do conhecimento” de práticas sustentadas de racionalização económica, aposta na criatividade produtiva e sustentação duma “plataforma de valor” com elevados graus de permanência é decisiva. Precisamos neste contexto de um verdadeiro contrato de competência.Um estudo recente sobre Cidades Inteligentes, projeto que envolveu “redes integradas de cooperação territorial” (Municípios, Universidades, Centros I&D, Empresas, Sociedade Civil), são a melhor demonstração de que neste ano de crise que estamos a viver, apesar de todas as políticas públicas e estratégias tendo em vista a modernização do território português, o país teima em não conseguir assumir uma dinâmica de “salto em frente” para o futuro tendo por base os fatores dinâmicos da inovação e competitividade. Precisamos por isso de apostar em Cidades e Regiões Inteligentes e de fazer integrar os cidadãos nesta agenda colaborativa de valor.Desta forma, o compromisso entre aposta, através da Ciência, Inovação e Tecnologia, em Competitividade Estruturante na Criação de Valor Empresarial, e atenção especial à Coesão Social, do ponto de vista de equidade e justiça, é o grande desafio a não perder. A Sociedade do Conhecimento tem nesta matéria um papel muito especial a desempenhar e apresentar novas soluções para este contexto de crise que se instalou na nossa economia e sociedade. Precisamos de dar consistência a este novo Contrato de Competência. *Francisco Jaime Quesado é Economista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade