MARCA PORTUGAL
Num tempo complexo e incerto como este, em que as empresas precisam de se reposicionar nos competitivos mercados internacionais, precisamos de apostar numa MARCA PORTUGAL forte. Nunca como agora os talentos portugueses espalhados pelo mundo são tão fundamentais para mostrar que há um novo capital de competência estratégica de base nacional. Numa época de crise complexa, esta aposta neste novo desígnio é um sinal de confiança na competitividade portuguesa e na capacidade muito concreta de se alterar duma vez por todas o modelo de desenvolvimento económico para o futuro. O futuro de Portugal faz-se com uma aposta clara na inovação competitiv,a e é essa a mensagem central que importa deixar nestes tempos complexos. Por isso apostar numa MARCA DE PORTUGAL forte é um desafio tão importante.
A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma de uma economia interna de serviços, com um caráter reprodutivo limitado criou a ilusão, no final da última década, de um crescimento artificial baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projetar no futuro. Importa, por isso, construir as novas bases para uma nova competitividade estratégica. Para que a nossa economia reforce os seus níveis de competência e a sociedade aumente a sua base de confiança estratégica, a agenda de uma verdadeira MARCA DE PORTUGAL passa a ser um desígnio para o nosso coletivo para o futuro.
Portugal precisa, efetivamente, de potenciar a sua MARCA, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há-que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objectivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara das áreas estratégicas em que devemos apostar (terão deser poucas e com impacto claro na economia); seleção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de redes ativas de consolidação estratégica das competências existentes para captação de investimento e reforço das cadeias de valor globais.
Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá de se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o investimento de inovação é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os centros de competência para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial. A MARCA PORTUGAL terá neste contexto um papel decisivo, agregando recursos e tendências e potenciando linhas de ação centradas no futuro.
O futuro da economia portuguesa passa muito pela aposta numa agenda de valor acrescentado, voltado para a afirmação de um competence branding que se afirme nos competitivos e exigentes mercados internacionais. Será fundamental integrar nesta agenda em rede os diferentes atores de conhecimento e valor envolvidos no processo de criação de valor e o fator MARCA será crítico para o sucesso deste processo. Através de um processo estruturado e mobilizador, a MARCA PORTUGAL deverá ser um ponto de encontro entre todos aqueles que se sentem integrados e mobilizados neste desafio empolgante para o futuro.
*Francisco Jaime Quesado é Economista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade