Semana nos mercados: ouro em máximos

Analista da ActiveTrades Europe,

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O grande destaque da semana nos mercados financeiros foi a impressionante valorização do ouro, que ultrapassou pela primeira vez a marca simbólica dos 4.000 dólares por onça, acumulando uma valorização anual superior a 50%. O metal precioso tem beneficiado de vários fatores, entre os quais se destacam a instabilidade geopolítica e a sustentabilidade da dívida soberana de várias grandes potências. A expectativa de cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana tem sido outro dos motores principais desta escalada. Com a inflação a mostrar sinais de moderação e a economia dos Estados Unidos a perder algum fôlego, os investidores antecipam reduções das taxas de juro nos próximos 12 meses. Este movimento tende a enfraquecer o dólar e a valorizar ativos reais como o ouro. Ao mesmo tempo, a procura física mantém-se robusta, especialmente por parte da China, que procura tornar a sua moeda mais relevante no panorama geopolítico e reduzir a dependência do dólar.

Do lado tecnológico, os holofotes voltaram a apontar para a OpenAI, depois de a empresa anunciar novos acordos estratégicos com gigantes da indústria, reforçando a sua presença em áreas como hardware e serviços empresariais. A notícia teve um efeito imediato nas cotações de empresas ligadas à inteligência artificial, desde os fabricantes de semicondutores até às plataformas de software que dependem das suas soluções. O entusiasmo em torno da IA voltou assim a contagiar o mercado. No entanto, persistem avisos de que o setor pode estar a entrar numa fase de euforia excessiva. O Banco de Inglaterra e o Fundo Monetário Internacional alertaram esta semana para o risco de uma correção abrupta caso as expectativas sobre o impacto económico da IA se revelem demasiado otimistas. Apesar dos riscos subjacentes, os investidores continuam a comprar ativos reais a um ritmo elevado, e os paralelos com a bolha das dot.com continuam a crescer.

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