O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, recuou e já não vai fundir o Banco Central do país com a nova entidade supervisora, noticia o jornal Expansión. O chefe do governo assegurou que o banco continuará independente, o que representa um recuo face à posição inicialmente assumida. . O governo húngaro previa reorganizar o Banco Central e já tinha aprovado uma nova Constituição para o país. Contudo, no início da semana, a Comissão Europeia anunciou que iria abrir um procedimento de infração contra o país devido à nova Constituição, que é contrária ao Direito Comunitário. . Agora, Viktor Orban recua e diz não ver problemas em emendar as polémicas leis aprovadas, já que o governo conservador detém ampla maioria no parlamento. A lei que mais tinha levantado a oposição da União Europeia definia que o Banco Central estaria subordinado a uma nova instituição supervisora, cujo diretor seria nomeado pelo governo. Na prática, significava que Orban iria controlar o Banco Central. . Em declaração à rádio pública húngara, Orban confirmou sexta-feira que "prescindirá deste passo" e que o Banco e a Autoridade Estatal de Supervisão "funcionaram independentemente". Orban ainda está, no entanto, reticente ao abandono da ideia de obrigar o banco a jurar a nova Constituição. . A Comissão Europeia tinha imposto como condição o abandono destas novas leis para que pudesse ser concedido o pedido de resgate internacional. As negociações entre a Hungria e o FMI e UE já foram iniciadas há alguns meses, mas foram interrompidas quando o parlamento aprovou a nova Constituição.