Carlos Lopes entrou para a história do desporto português, depois de vencer a maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, e conquistar a primeira medalha de ouro nesta competição para Portugal. É um marco incontornável, mas hoje se falarmos no nome de Carlos Lopes a representantes da geração Z, Y ou Alfa é quase certo o desconhecimento geral. O mesmo se aplica a Rosa Mota, a outra glória do atletismo luso, embora o seu nome se tenha perpetuado mais devido à sua regular participação em eventos e à sua ligação ao Comité Olímpico..Curiosamente, os dois têm pavilhões (em Lisboa e no Porto, respetivamente), com o seu nome. Felizmente, há uma nova vaga de heróis do desporto português que vem preencher este vazio, colocando num passado longínquo a era em que os motivos de orgulho nesta matéria era quase exclusivo do atletismo (isto para não recuar ao período áureo em que a vela chegou à Prata, em Roma, 1960). Esta renovação começou com o surfista Tiago Pires, o primeiro a conseguir competir (e permanecer) na elite do WCT (atual WSL) - entretanto rendido por Frederico Morais..Miguel Oliveira é outro nome incontornável, o primeiro a chegar ao Moto GP deixando a nação em êxtase com duas vitórias no ano de estreia e uma conquistada já este ano. Os canoístas Fernando Pimenta e Emanuel Silva são outros exemplos, catapultando a popularidade de uma modalidade que não tem parado de crescer em número de praticantes e resultados..O Skater Gustavo Ribeiro é outro representante desta nova geração e deverá juntar-se à comitiva lusa em Tóquio na estreia da modalidade. O mesmo se aplica às duas mais recentes confirmadas para os Jogos Olímpicos, as surfistas Teresa Bonvalot e Yolanda Sequeira - que se juntam a Kikas na estreia do Surf..As marcas estão atentas a este fenómeno e têm procurado capitalizar através de contratos de patrocínio enquadrados em estratégias de comunicação que procuram ir ao encontro de um conjunto de públicos cada vez mais expressivos. Modalidades como o Surf e o Moto GP deixaram de ser nichos para se tornarem palcos mainstream. Telecomunicações, bebidas energéticas, automóveis e vestuário são os setores mais atentos a este fenómeno, surfando na primeira linha esta onda de renovação do desporto português..Gonçalo Bettencourt da Câmara, especialista em Comunicação Estratégica