Os novos hotéis de Lisboa e Óbidos
Até Dezembro do próximo ano vai abrir uma dúzia de novas unidades hoteleiras na região de Lisboa e Vale do Tejo, com a zona histórica da capital e a zona da Avenida da Liberdade a captarem a maior parte do investimento dos grupos hoteleiros. A grande maioria são hotéis de luxo, de quatro e cinco estrelas, apostando na reabilitação urbana de prédios já existentes.
Na zona da Avenida da Liberdade um dos primeiros hotéis a abrir será o Lux Lisboa Park, na Rua Padre António Vieira, em Março de 2014. Localizado junto ao Parque Eduardo VII, esta unidade, pertencente ao grupo Lux Hotels, terá quatro estrelas e 97 quartos. Segundo António Gonçalves, responsável do grupo, o Lux Lisboa Park representa um "investimento de cerca de 13 milhões de euros" e vai criar, para já, "25 postos de trabalho".
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No mesmo mês é inaugurado o Hotel Avenida da Liberdade - antigo Hotel Lanidor, projeto entretanto abandonado - , que será explorado por Pedro Mendes Leal, antigo proprietário do Bairro Alto Hotel. Localizado no número 164, o hotel terá cinco estrelas e 25 quartos, representando "um investimento de 15 milhões de euros" e vai criar "cerca de 20 postos de trabalho", diz o responsável. O hotel terá uma afiliação a um grupo hoteleiro, ainda em estudo.
Em Abril de 2014 será a vez da inauguração do Holiday Inn Express Lisboa Av Liberdade. Situado na Rua Alexandre Herculano, o hotel é da responsabilidade da Palminvest, que tem já três unidades desta marca em Portugal. A reabilitação urbana do edifício permitirá criar um hotel de quatro estrelas com 108 quartos, duas salas de reunião, sala de pequenos almoços, bar e lounge, entre outros serviços.
No verão do próximo ano abre o Porto Bay Liberdade na Rua Rosa Araújo. As obras deste hotel de cinco estrelas já tiveram início, sendo que a unidade hoteleira está a ser "construída de raiz, mantendo as fachadas pombalinas", explica fonte oficial do grupo. Com 98 quartos, trata-se do primeiro hotel da Porto Bay em Lisboa, que detém hotéis no Algarve, Madeira e Brasil, estando a ser ultimados os serviços que a unidade disponibilizará.
Na rua Joaquim António de Aguiar vai nascer, no segundo semestre de 2014, o HF Fénix Music, com três estrelas e 109 quartos. O hotel, que está a ser construído de raíz, representa um investimento "de 15 milhões de euros" e criará, "no mínimo, 20 postos de trabalho", revela fonte oficial do grupo. Além dos serviços normais, este hotel terá, no sétimos e último piso, "uma piscina com cortina de água e um jardim com vista panorâmica para a cidade de Lisboa".
Há ainda aberturas noutras zonas de Lisboa, como o Tryp Lisboa Aeroporto, que é inaugurado ainda em Dezembro deste ano, junto ao Terminal 1 do Aeroporto. Construído de raiz, o hotel, de 4 estrelas e 168 quartos, tem "um especial enfoque no segmento business", explica Paulo Sassetti, diretor-geral do hotel. O grupo Hoti Hotéis investiu "18 milhões de euros" neste hotel, que criará entre "50 a 55 postos de trabalho".
Em Maio de 2014 será a vez do Sana Evolution Saldanha, um 4 estrelas com 144 quartos. Trata-se de um novo conceito, virado para a tecnologia e o futuro, explica Carlos Silva Neves, diretor-geral do grupo Sana Hotels. Todos os serviços estão disponíveis "24 horas por dia, 7 dias por semana" e serão "as necessidades dos utilizadores que ativarão" estes mesmos serviços. O novo hotel vai criar "cerca de 30 postos de trabalho diretos".
Em Óbidos, que pertence à região de Lisboa e Vale do Tejo, vão abrir dois resorts. O primeiro é o Royal Óbidos SPA & Golf Resort, com inauguração em Junho de 2014. Este engloba um boutique hotel, de 5 estrelas e 40 quartos, assim como "apartamentos e moradoas, todos com vista para o mar e um campo de golfe de 18 buracos", explica José Fortunato, administrador da MSF TUR.IM. O empreendimento vai criar, na área do golfe e do hotel, "68 postos de trabalho" e representa um investimento total de "cerca de 200 milhões de euros", tendo recebido seis milhões através de um "contrato de investimento celebrado com o Estado Português".
No segundo semestre de 2014 é a vez do Hilton Bom Sucesso, inserido no resort Bom Sucesso - Design Resort, Leisure & Golf, em Óbidos. Da autoria do arquiteto Souto Moura, o hotel, de 5 estrelas e com 120 quartos, tem SPA, e insere-se num espaço com campo de golfe, moradias individuais e uma grande zona de reserva ecológica.
No que toca a hotéis com abertura em 2015, está já planeado o Memmo Príncipe Real, no final do ano. Com 4 estrelas e 40 quartos, o hotel insere-se na estratégia de "mostrar Lisboa através dos seus bairros", depois da abertura do Memmo Alfama em Outubro passado. Segundo Rodrigo Machaz, diretor-geral da Memmo Hotels, esta unidade representa um investimento "de seis milhões de euros" e vai criar "18 postos de trabalho".
No que diz respeito à zona histórica de Lisboa, o primeiro hotel a abrir, ainda em Dezembro deste ano, é o Rossio Garden Hotel que, como o próprio nome indica, se situa no Rossio, na Rua Jardim do Regedor. Com design do estilista João Rôlo, o hotel, da responsabilidade da empresa Plataforma Investimentos Imobiliários tem 56 quartos e duas estrelas, e tem como público-alvo tanto os turistas nacionais como estrangeiros, devido à sua localização.
No mês seguinte, em Janeiro, é a vez do Hotel Portugal abrir de novo as suas portas. Situado na Rua João das Regras, entre o Rossio e o Martim Moniz, a unidade hoteleira foi alvo de uma remodelação profunda e é agora propriedade do grupo Sotelmo, que detém o Hotel Mundial. Trata-se de um "hotel de charme de quatro estrelas com 53 quartos, que terá também uma cave de vinhos, sala de pequeno-almoço e um bar", explica fonte do grupo. Esta unidade representa um investimento de "cinco milhões de euros" e vai criar, para já, "25 postos de trabalho".
No final do próximo ano será aberto o Holiday Inn Lisbon Old Town, na Rua da Prata, unidade com três estrelas e 70 quartos, cuja marca pertence ao grupo InterContinental. O hotel será gerido pela SoWhat Turismo, empresa que é também responsável pelo Indigo Lisbon Old Town, o primeiro hotel desta marca em Portugal, e que vai nascer em 2015 no antigo convento Corpus Christi, ocupando um quarteirão inteiro na Rua de São Nicolau, também na Baixa. A construção deste hotel, de quatro estrelas e 139 quartos, tem sido bastante contestada, já que implicou o despejo de vários pequenos comerciantes que ali tinham as suas lojas.
Estes são dois dos hotéis que vão nascer perto do Terreiro do Paço, zona que está a captar investimento hoteleiro. Até 2016, estão previstos mais três novas unidades hoteleiras nesta zona. A única que fica mesmo no Terreiro do Paço é uma Pousada de Portugal, do grupo Pestana, que vai ser construída no edifício onde está agora a esquadra da PSP. O objetivo é que este hotel fique pronto no final de 2015, mas a obra ainda não começou.
O mesmo grupo tem planeado a construção do seu primeiro hotel de quatro estrelas em Portugal na Rua do Comércio, num antigo edifício do BPI, ao lado do hotel Vincci. As obras deverão começar ainda este ano, mas o hotel só estará pronto em 2015 ou 2016. Estes dois hotéis representam um investimento de 8 a 10 milhões de euros cada um, ou seja, no total são 20 milhões. Ainda na mesma zona, abrirá, em 2016, um hotel de 4 estrelas ao pé da Casa dos Bicos, já a caminho de Santa Apolónia. É da cadeia espanhola Hotusa e terá 91 quartos, embora as obras ainda não tenham sido iniciadas.
Pelas contas dos consultores contactados pelo Dinheiro Vivo, a zona do Terreiro do Paço, até Santa Apolónia (devido ao novo terminal de cruzeiros) e ainda a Baixa, tem atraído muitos investidores - europeus, chineses, russos ou brasileiros - que procuram edifícios para serem remodelados para transformar em unidades de três a cinco estrelas. No entanto, não existe muita oferta disponível, pois uma das exigências é imóveis com vista e depois porque os prédios que existem nestas zonas são pequenos e não chegam para um hotel, por exemplo de 80 quartos, que necessita de uns quatro a seis mil m2 de área de construção.