Carlos Palhares, fundador da Head Value, holding com negócios em atividades diversas da indústria ao turismo, com especial destaque para a Mecwide, empresa de serviços de engenharia na indústria metalomecânica especializada, entre outros, nos setores petrolífero e de gás, assume-se como um apaixonado pela icónica marca de sapatilhas Sanjo. E esta semana anunciou a compra de 51% do capital da M2Bewear, a dona da marca. Ao Dinheiro Vivo o empresário adianta que tem um gosto especial por fazer crescer empresas e avança que ambiciona que, em três anos, a Sanjo duplique o volume de negócios, que foi de 2,5 milhões em 2024.“As pessoas da minha geração conheciam muito bem a Sanjo. É uma marca icónica que tem potencial para crescer”, assume.No imediato, o objetivo é “continuar a melhorar o produto”, embora admita que os artigos da Sanjo, que hoje incluem vestuário, acessórios e até um perfume, estão já num nível de qualidade “excecional”.Em termos de mercados, Carlos Palhares acredita que a marca tem espaço para crescer em Portugal, na ordem dos 15 a 20%, mas é sobretudo além-fronteiras que a grande aposta se fará. Os países escandinavos e o Japão são mercados-alvo, a par do reforço da presença na Alemanha, França, Espanha, Itália, Benelux e Turquia. O objetivo é que os mercados internacionais possam vir a assegurar 85% das vendas da Sanjo. “Com a etiqueta Made in Portugal e o storytelling de uma marca que tem mais de 90 anos, acredito que a marca conseguirá entrar no mercado japonês, que aprecia muito este tipo de histórias de produtos”, frisa.Quanto a lojas próprias, a experiência do Bairro Alto está a ser um sucesso, com 75% das compras a cargo de turistas, e a intenção é reforçar esta aposta. “Queremos abrir no Porto e reforçar em Lisboa, e depois, a nível nacional, vamos estudar outras possibilidades, designadamente através de parceiros que queiram investir na marca. Seremos muito exigentes nas localizações, no tipo de decoração e na forma de mostrar e de vender o produto”, assegura.Já José do Egipto, um dos sócios da M2Bewear, que comprou e relançou a Sanjo em 2019, na que é a sua 'terceira vida', depois da falência em 1996 e da tentativa frustrada de 2010, assume que o segmento da Moda exige investimento constante. "Não podemos estagnar. Eu quero que a marca atinja um patamar em que ganhe dimensão, músculo, visibilidade e posicionamento. Não quero que corra o risco de voltar a desaparecer", sublinha, lembrando que este é um mercado "altamente competitivo".De entre as novidades imediatas está o regresso da Sanjo ao El Corte Inglés de Vila Nova de Gaia e a abertura de uma loja da Fitting Room, um dos parceiros da marca, no LX Factory. Ericeira, Xtreme, Fuxia ou Marques Soares são outras das cadeias onde os artigos Sanjo estão à venda.O empresário bracarense diz-se "muito entusiasmado" com esta nova fase que agora arranca e desvaloriza o facto de passar a deter uma posição minoritária no capital da empresa. "Ter a maioria é irrelevante. Como alguém dizia, mais vale 5% de 100 do que 100% de nada. Estamos muito confiantes que esta é a decisão certa para que a Sanjo tenha músculo para dar o passo seguinte, uma nova etapa de crescimento com grande foco na internacionalização que permita cimentar a marca", sublinha.