A pandemia tornou os consumidores portugueses mais cautelosos e mais exigentes. A conclusão é de um inquérito da Adyen, plataforma de pagamentos que, esta quinta-feira, deu a conhecer o seu relatório 'Retalho 2021 - A metamorfose do retalho', que indica que 34% dos consumidores admitem monitorizar mais os seus gastos agora, devido à incerteza económica e que 43% indicam que, em 2021, têm poupado e feito compras com menos frequência..O inquérito, realizado junto de 102 retalhistas e de mais de mil consumidores em Portugal, mostra que os hábitos de pagamento também estão a mudar: 44% dos inquiridos dizem que costumavam preferir pagar em dinheiro, mas, com a pandemia, mudaram para cartões e carteiras digitais. No total, 87% prefere pagar com cartão em vez de dinheiro, mas o número dos que dizem já não usar cartões físicos, "uma vez que confiam no dispositivo móvel ou nas carteiras digitais como a Apple Pay ou Google Pay", é de 25%..Por outro lado, 33% dos clientes admitem que se preocupam mais agora em não esperar em longas filas e 41% dos inquiridos diz mesmo que está disposto a desviar-se do seu caminho para ir fazer as suas compras a lojas que não têm filas ou onde a finalização da compra é facilitada. Por isso, defende a Adyen que oferecer aos consumidores o método de pagamento da sua escolha "é essencial pora um processo de checkout sem frições". O cliente agradece, já que 64% admite gostar de poder escolher entre vários métodos de pagamento, no momento da compra, e metade é de opinião que cabe ao retalhista facilitar essa escolha..Não admira, por isso, que 27% dos consumidores sejam de opinião que as lojas se devem adaptar às suas exigências e que nove em cada 10 inquiridos assumam que deixaram de comprar em espaços comerciais onde não ficaram satisfeitos com o serviço.."Em resposta, os retalhistas terão de explorar novos modelos de negócio e, especialmente, a sua estrutura para satisfazer as exigências dos utilizadores", defende o estudo, sublinhando que, o ímpeto tecnológico, impulsionado pela mudança de paradigma de uma experiência física para digital, "levou ao sucesso das empresas que foram capazes de criar uma experiência sem descontinuidades e dar prioridade às exigências dos seus clientes"..A mudança nos hábitos dos consumidores obriga a que o retalho "se transforme e se adapte" a uma novo ambiente pós-pandémico. OI que obriga que os retalhistas "ofereçam uma riqueza de experiências multicanais, que simplifiquem a reconciliação e captem valiosas perceções dos compradores". Indica o estudo que indica que só 36% dos retalhistas portugueses têm uma "estratégia formal e ativa" de digitalização, sendo que 28% estão, ainda, na fase de planificação da estratégia.."É interessante observar como os conhecimentos tecnológicos dos consumidores aumentaram à medida que o seu nível de exigência crescia. O isolamento, a distância social e as diferentes restrições forçaram as empresas portuguesas a amadurecer e investir mais dinheiro e esforço nos processos para levar a cabo a sua transformação digital. Em Portugal estamos no bom caminho com 36% dos retalhistas a contar já com uma estratégia formal e ativa de digitalização, número que seguramente continuará a aumentar e que, dúvida é um dado animador para o futuro da economia local", defende Juan José Llorente, responsável da Adyen para Portugal e Espanha.Entre as principais preocupações das empresas portuguesas, destaque para a vontade de melhorar as opções de entrega ao cliente, apontado por 86% dos retalhistas, de proporcionar novos canais digitais para a participação dos clientes (85%) e de oferecer novas soluções de pagamento (84%)..A segurança neste domínio é fulcral, já que 49% dos consumidores acreditam que os lojistas "devem ser responsáveis e oferecer sistemas de proteção no momento do pagamento". Aliás, 40% diz mesmo ter abandonado uma compra devido a falhas nos processos de autenticação..Do lado do retalho, é significativo que só um quarto dos inquiridos diz ter sistemas de terceiros para identificar fraudes e que haja 14% que dizem "não ter nada em vigor, nem estarem preparados para o gerir".