A parceria do MBWay com outras entidades europeias de pagamentos digitais – materializada esta semana na Web Summit com a espanhola Bizum e a italiana Bancomat – vai crescer em 2025. E a dona da MBWay, a SIBS, já está de olho em 11 geografias europeias, como disse ao DN/DV a CEO da empresa, Madalena Cascais Tomé..“Em 2025 faremos a disseminação. E obviamente que o objetivo é que seja uma iniciativa aberta a outras iniciativas europeias que se queiram juntar”, disse a responsável da empresa dona da MBWay e da rede nacional de caixas automáticas Multibanco. Obviamente, salientou, há “candidatas naturais” para fazer crescer a iniciativa Europa – European Payment Alliance..“Há várias iniciativas. Há 11 mercados, ou 11 países, onde há iniciativas com alguma expressão. Nós também fazemos parte de uma associação que é European Association. Estas iniciativas estão presentes e, portanto, acho que essas serão as candidatas naturais”, sublinhou..Na prática, o acordo de interoperabilidade que já existe entre a SIBS (MBWay, Portugal), o Bancomat (Itália) e a Bizum (Espanha) permitirá, a médio prazo, que os seus utilizadores possam fazer pagamentos instantâneos entre si. Em conjunto, estes três operadores representam 182 instituições financeiras..“Vai permitir que eu, ao fazer um MBWay, possa fazê-lo não só para os seis milhões de utilizadores em Portugal, mas para os 45 milhões que estão entre estas três soluções”, explicou Madalena Cascais Tomé. Sobre se o serviço vai manter-se, tal como o MBWay, em larga medida gratuito, a responsável sublinhou que “as políticas comerciais para os utilizadores não são a SIBS que as define. Mas não antecipamos que haja algum tipo de alteração. Será na mesma um MBWay enviado através do serviço MB Way, quer seja através da app, quer seja através da aplicação do banco”..O alargamento desta parceria a mais soluções digitais de pagamento pela Europa fora não deixará de afetar a captação de receita dos bancos, que desde logo poderão deixar de cobrar comissões por pequenas transferências entre países. Por isso, a pergunta é se já há bancos a tremer com estas parcerias..“Obviamente que acreditamos que isto será algo que vai ter impacto no mercado e vai trazer mais recursos aos nossos utilizadores”, começa por dizer, defensivamente, Madalena Cascais Tomé. E complementa: “A verdade é que estas soluções, nomeadamente o MBWay, têm tido também a preferência de muitas das instituições financeiras mais tradicionais, mas também alguns destes novos participantes [neobancos como a Klarna ou a Revolut]], porque a verdade é que entre as três soluções nós temos mais de 180 bancos aderentes e acreditamos que no futuro também mais instituições se juntarão”..A SIBS diz que vai continuar a apostar na inovação, não só ampliando as parcerias como a explorar novas formas de prestar o serviço bancário aos clientes. Por isso mesmo trouxe à Web Summit deste ano os projetos que estão a ser desenvolvidos com os parceiros. “Muitas destas empresas são empresas de base portuguesa, que estão a desenvolver as suas soluções para diferentes setores com base no MBWay, com base nas soluções da SIBS. É impressionante ver como os casos de uso do MBWay podem ser tão inovadores em tantos setores diferentes e para tantos tipos de clientes e necessidades diferentes”, apontou a CEO da empresa..“Acreditamos, sem dúvida, que vamos continuar a ter uma forte vertente de inovação tecnológica. E os pagamentos vão ser cada vez mais invisíveis. Posso deixar essa tónica no ar”, revelou Madalena Cascais Tomé..A MBWay é o parceiro para os pagamentos daWeb Summit desde a primeira edição e isso tem resultado em contactos e parcerias com outros inovadores presentes no certame. “Sem dúvida que tem havido muitos, muitos contactos. E negócios também tenho a certeza que sim. Não tenho nenhum assim de cabeça, mas sim, tenho a certeza que sim”, recorda Madalena Cascais Tomé..A Web Summit, concluiu a responsável, “é um ótimo momento para que as pessoas tenham contacto com as nossas soluções, com a nossa tecnologia, com o MBWay”..“Em muitos sítios da Europa este pagamento que nós temos com o QR Code é, de facto, muito inovador e portanto é algo que tem tido muito impacto na nossa atividade. Mas também o contrário, um dos motivos pelos quais a Web Summit também está em Portugal é por todas as infraestruturas e nós, de facto, temos uma das redes de pagamentos mais avançadas”, afirmou.